ANÔNIO DE JUCA VELOSO
Logo que abriu as portas de seu estabelecimento,Antônio de Juca Veloso, já contava com uma boa freguesia, visto que comprara um bodega de segunda.
- Amigo, me dê uma pinga da boa - disse o primeiro freguês.
Sempre muito brincalhão, Antônio disse que da boa não tinha, mas gostara do nome como marca de cachaça. Ia sugerir ao pai que fabricasse pinga com a marca Daboa, assim, quando um freguês quisesse uma dose da boa, ele venderia a cachaça de sua própria fabricação e, apontando para as garrafas na prateleira, mostrou as diversas marcas de bebida que vendia. O freguês escolheu uma delas, tomou uma dose, cuspiu no pé do balcão e foi saindo sem pagar.
- Ei, moço! Não vai pagar a conta?
- Pode tomar no assento! – disse o freguês.
Antônio sentou a mão na orelha do cliente que, com a pancada, caiu estatelado no chão.
- Moooço! Eu mandei anotar a despesa numa caderneta que tenho. Não sabia que a mercearia a tinha mudado de dono...