O AUTOR E A SUA OBRA
Penetrei
Numa concentração profunda
Necessária à realização da obra.
Num estado circunspecto e preciso
Voltado para o fim almejado.
Algo como um sacrifício, que não o é por certo.
Havendo amor pela obra, realiza-se o autor no seu projeto ainda que lhe custe o preço devido.
E o preço a pagar é justo, pois nada de graça é merecido e não se dá ao que nos foi dado o mesmo valor ao que nos veio pela conquista.
Não digo sobre os presentes, que simbolizam o afeto entre as pessoas. Estes estão fora de questão. Guardam-se como materialização de um afeto, especialmente considerado por quem dá e por quem o recebe.
Mas, a obra que nos dignifica a vida e nos dá uma existência efêmera útil exige de cada um o seu preço.
Reafirmo que é justo pagar pelo que vale a pena.
Assim, o homem dedica o seu amor à sua obra, o tempo e o que for preciso.
E a obra do homem, numa dimensão pluralista do gênero, homem, mulher, todos nós do gênero humano, vai expressada em cada momento, naquilo que dedica à sua família, aos seus amigos, ao seu trabalho, aos seus vizinhos.
Em tudo que de útil há, por certo se apresenta uma oportunidade de realização da obra, num estado permanente de realização do bem comum.