APOSENTADO "MÃE QUE SOFRE?" "MEU VELHO?"

O APOSENTADO sofre mais do que este poema e crônica.

Os que vivem na rua tem melhor situação. Não tem que pagar luz, água, encargos sociais, muito menos supermercados. E os idosos? Que dificuldade, uma mísera aposentadoria para resolver os problemas, só aflição. Ter que contar tostão por tostão. A única alegria é uma códea de pão, um casaco surrado para o inverno, um par de sapatos. Muitas vezes doação. Não tem como fazer crediário. Os juros absurdos. O jeito é fingir que são felizes, passear no calçadão. Para os governantes não está bom? Olha lá seu chofer!... seu CARRÃO!... Diz a música " Brinca com a vida qual criança, na calçada." Mas, o ancião chora quando escuta a pilhéria. Virou uma criança!...

O decrescimento doi e como decrépto, morre de tristeza.

Ainda aparece lá do lado de Alagoas, um presidente COLLOR, que se tivesse tirado do seu nome o "R" poderia carregar os velhinhos no manso regaço doce refúgio do descanso necessário, pelos anos de luta e sacrifícios. Lançou o salário referência modificando o coeficiente do salário mínimo, e os deixando mais miserável ainda. E as casas que perderam? As pequenas poupanças? Quantos suicídios, A.V.C. que os deixaram tragados pelas rodas da vida, presos nas cadeiras. Olhares parados e pensamentos imersos na recordação. Ainda bem que diz o ditado: "RECORDAR É VIVER". Ninguém da a mão ao encarquilhado. Um poeta Campista, médico, fez curso brilhante, não conseguiu exercer a profissão. Seu coração cheio de paixão e compaixão pelo próximo fez ao dissecar um poema. "PALAVRAS AO CADÁVER" Falou nos pés, e as mãos que trabalharam e quanto talvez vibraram em mil carícias de amor. As suas mão afeitas aos carinhos. Hoje velhos trêmulos deixaram o amor e as carícias na tela da imaginação. Os que não estouraram os neurônios pela dificuldade que enfrentam. O que mais sofre é o que foi classe média alta. Os desclassificaram e os rebaixaram a vida de cão. Não conseguiram tirar a raça, mas os abandonaram como famintos e um pobre animal. Os desabamentos de terra é duro, mas desmoronar um ser humano, os deixando cheios de cratéras na alma sufocando o sonho e obrigação de se sustentar dignamente. Será que os burguêses, os aviltantes poderiam avigorar os mortos vivos renovando seus anos e não deixar viver o pensamento do poeta JULIO SALUSSI, "O ÚLTIMO CANTO DO CISNE".

PRESIDENTE, tirar os papéis das gavetas cheias de traças e teias tecidas pelos sem alma e segurar e assegurar os direitos humanos, não por ser obrigado, mas amando a filantropia do amor ao próximo.

Quem sabe um dia V. Exa. se não fizer um bom pé de meia terá um parco SALÁRIO MÍNIMO.

Os doentes sem remédios!... A saúde? O jeito é remediar.

Queridos amiguinhos, talvez estejam cançados da leitura mas, gostaria se possível que lêssem a crônica da MÃE QUE SOFRE e o poema MEU VELHO. Muita luz... Feliz Natal!

MÃE QUE SOFRE

Você diz na minha porta!

- Um pedacinho de pão!... Sim!... -Eu te dou, mas eu sofro. Em cada mordidinha com seu dentinho as vezes fraquinhos eu envio a força do meu amor por todas as crianças que vivem como voce. Existe amparo a criança abandonada. Muitas almas caridosas, mas, são tantos sofrimentos que precisamos muito mais. Há necessidade de caridade e ternura. Querido garoto, voce pédi pão, muitos te apedrejam sem ver que seu barraco cái chuva, não tem lume, cheiro de carne assada, café, leitinho, rosas na sala, nem tapetes que alguns lugares estão impregnados de pisadas como no tempo da escravidão. A vida continua de todos os coloridos de liberdade. Mas o jeito é orar, pedir forças a Deus, gritar para dentro e estourar as coronárias nos bombardeios da circulaçao nervosa, por não conseguir dar jeito a situações tão deprimentes. Menino, vai tranquilo, olha A ÁRVORE da esquina. É linda, frondosa. Pergunta que ela certamente te responderá.

- Eu também sofri!... O vento me castigou. O sol me queimou e o maldoso me mutilou, mas eu estou aqui. O meu verde é cheio de esperança. Procura vencer. Não se mistura com a terra ruím, mas à aduba com o bem. Não bata carteira. As batidas terão que ser bem forte nas asas da imaginação volitando na amplidão do firmamento com o rítmo espalmado e dizer: " SOU GRANDE NA ALMA, ME ESFORCEI E SOU GENTE."

MEU VELHO

Estou tão triste meu velhinho lindo

É só na rua que faz tua cama?

E nos teus olhos águas vão caindo

Tão misturadas na poeira e lama.

Acerta o corpo nesta pedra dura,

Que é seu colchão até o travesseiro,

Vai carregando nesta terra ingrata

A sua cruz por este mundo inteiro.

Voce não pede mais do que já tem!

Porque no fundo a riquesa é tua.

Tão desligado para os que te olham

Dobrando esquinas, péle exposta nua.

E nesta sina sinto que é feliz

Mais do que muitos que estão dos lados

É que voce não se interessa tanto

Alguns robôs e povos desalmados.

Aqui te conto, tudo é natural!...

O certo errado muitos dão a mão

Mas o pior é estarem esquecidos

De dar carinho pedacinho de pão.

Pode esperar que seu consolo vem

O passarinho canta ao entardecer

A lua branca te clareia a noite

Espera alegre o doce amanhecer.

Aquela estrela que você aponta

Desta calçada que é tão gelada,

Te ajudará seguir a dura prova

E clarear a sua longa estrada.

Abraços, obrigada amiguinhos do "Recanto das Letras"

Feliz Natal, Ano novo com prosperidade e paz.

Junia Rios
Enviado por Junia Rios em 09/12/2008
Reeditado em 29/05/2009
Código do texto: T1327108
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