Crônica do dia a dia

Transitava eu, em meu humilde veículo por uma rua no centro da cidade onde moro, à procura de um local para estacionar e pagar umas contas pelas proximidades. Como de costume não avistei nenhum local vago e parei em frente à uma loja, ficando o carro bem próximo a esquina, mais perto do que o permitido por lei. Lá estacionei e fui aos meus afazeres.

Eu não sabia que ali era proibido....Sim, eu sabia que era proibido, porém, como um bom brasileiro parei assim mesmo, afinal de contas “era rapidinho”.

Retornando para pegar meu carro, uma surpresa: Ele estava sendo guinchado e eu multado. Confesso que este acontecimento não me deixou assim tão feliz.

No auge da minha fúria, parei, respirei fundo e refleti: Estou realmente infringindo a Lei, talvez colocando outras pessoas em risco, e, se vivo em sociedade tenho que me adaptar.

Com o máximo de cordialidade que a minha torturada mente permitia naquele momento, fiz o que era necessário e segui caminhando à pé rumo à Avenida Principal, ao que bem na esquina, lado à um prédio público onde não se pode estacionar estava uma grande caminhonete preta, que seilá, acho que pertencia a alguém rico e importante. Cocei a cabeça um pouco confuso e disse a mim mesmo: a com certeza ela também vai ser guinchada, afinal as leis são as mesmas para ricos e pobres, negros e brancos, blá blá blá e blá blá blá. Virei a esquina à esquerda sentido centro comercial, e qual a primeira imagem que avisto? Um conhecido policial militar à paisana rodando com sua motocicleta e falando ao celular. Nesta hora apareceu meu alterego, que sempre me acompanha nas minhas loucuras, e me disse: - Isto não esta certo.

Com a mente já confusa e torturada dei mais alguns passos e lá vem mais uma surpresa: Uma viatura da polícia militar circulando com dois oficiais sem cinto de segurança, um deles falou algo para duas raparigas que estavam atravessando a rua. Com certeza eles disseram: “estamos aqui para servir e proteger”. Não sei por quê elas se sentiram ofendidas. Aí meu algerego, que aqui vou chamar de Sr. Waine me lembrou que no dia anterior havíamos avistado uma pessoa transitando de motocicleta sem capacete. Segue nosso diálogo:

Eu: Nossa, olha aquele cara sem capacete, com certeza vai ser multado.

Waine: HáHá, que multado o que, vc não o esta conhecendo?

Eu: Não

Waine: É o Sr. Mando em Tudo, de Família Tradicional Mexe Comigo pra ver da Silva

Waine: Vi dizer que ele tem até capanga

Nesta hora pensei comigo “Nossa preciso procurar um psiquiatra antes que este meu amigo imaginário me cause problemas”. E disse a ele:

Eu: Vc tá ficando louco? Sabe em que ano estamos?

Waine: Em que ano estamos eu sei. E vc, sabe em que ano vivemos?

Eu: ...........(não tive resposta)

Eu: Só sei que vou fazer alguma coisa, vou no jornal, televisão, seilá

Waine: Vai, faz isto pra ver. Vc sabe o que pode acontecer né?

Eu: Sei. Mas se não fosse a cabeça de Galileu a Terra ainda seria chata.

Waine: Mas o que vc quer? Mudar o mundo?

Eu: Querer eu até quero, mas não é esta a minha intenção no momento. Eu só quero ter minhas próprias opiniões e não comprar conceitos que já vêm enlatados com lacre e alarme contra quem violar.

Este é o meu mundo, talvez e bem provavelmente não mude nada, mas penso e expresso meus pensamentos, isto já me torna menos frustrado.

Talvez seja retaliado

Talvez seja julgado

Provavelmente condenado

Mas não sou alienado

Nem tão pouco acomodado

Sigo no meu mundo confuso

Brigando com meus pensamentos

Ás vezes acho que critico tudo

Pelo menos penso a todo momento.

Pra quem gostou ou repudiou recomendo a canção da Legião Urbana.

Perfeição

Este texto é fictício? Quer dizer... Este texto é fictício.