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PERDI-ME... 


               Eu acreditei que quando chegasse o Natal, teria realizado muitas coisas. Dou-me conta, cheia de espanto, que Dezembro chegou rápido demais, ou fui eu que me esqueci de arrancar as folhinhas do calendário? Ainda sinto o sabor do bolo de São Sebastião, talvez seja porque janeiro já vem e não porque ainda não foi.

               A cada ano a sensação que eu tenho é que os dias passam mais rápidos (menos quando você está viajando... E como você viaja!) e a vida corre apressada atrás de alguma coisa que não sei direito o que é. 

               E não é do trio elétrico, pois o carnaval também já passou! E eu nem fui para avenida!

               Preciso refazer os planos, reelaborar alguns projetos. Acho que tomei muito vinho na semana santa e não vi os ponteiros do tempo fazendo a troca dos meses: março e abril passaram voando por mim. Só agora sinto falta deles.
Lembrei que vivi momentos lindos nestes meses. Talvez por isso não tenha ligado para troca de datas.

               Maio sempre é especial. Nunca esqueço. É festa! Mês de Maria, das flores, das noivas. E o mês que mamãe escolheu para me trazer ao mundo. Vivi intensamente este mês. Esperei com alegria a chegada de meus tão esperados 45 anos. Mas nem tudo foi festa: a dona internet me deixou três dias fora do ar, perdi a festa que, Claraluna e os amigos, fizeram para mim. Chorei quando um amigo ligou dando os parabéns e dizendo que no Recanto estavam preocupados com minha ausência. Ao retornar para lá – depois que a dona internet permitiu – chorei emocionada com as inúmeras demonstrações de carinho. Foi um mês cheio de flores e nem era a primavera. 

                O mês do santo casamenteiro trouxe muita festa para minha cidade, mas logo se despediu, deixando para trás muita fumaça e saudade. Julho chegou de mansinho e foi embora sem muito alarde, mas já havia cheiro de acordos no ar: As convenções políticas acontecidas no mês anterior já deixavam marcas.  Não havia muito o que esperar.

                Agosto, para alguns, mês do desgosto, foi tranqüilo, apesar do susto. Da expectativa. Dos muitos exames. Setembro veio para celebrar a vida, a liberdade. E para libertar-me da Lógica. E do medo. Tudo em paz outra vez. Não precisei ser mutilada. As drogas resolveram meu problema. As muitas horas de estudo me aprovaram. 

               Como o tempo correu! Já era hora de escolher quem vai comandar os destinos de minha cidade e apesar de toda barulheira eu nem fui ouvir o que eles tinham para dizer. Cumpri meu dever. E correu o tempo. O dia de dar um grande abraço em meus queridos mestres chegou. Cumprimentei, um a um, aqueles que alimentam meu sonho e minha sede de saber sempre mais: nunca o suficiente. 

               Novembro correu e eu precisei segurar-me para correr junto (nem sempre consegui). Deixei-o ir, não podia mesmo segurá-lo. E agora que Dezembro é uma realidade eu preciso preparar-me para fazer um balanço de 2008: separar o que levo e o que deixo para 2009.

               Enquanto isso vou vivendo estes dias quentes de dezembro e fazendo o que ainda é possível e aproveitando cada segundo deste ano que aos poucos se despede, deixando suas marcas e lições.


*Da Série: Esperando o Natal!
 
 





Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 07/12/2008
Reeditado em 07/12/2008
Código do texto: T1323214
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