SOPA DE LETRINHAS
O que falta para a América ser saudável, tanto física, quanto mental, quanto economicamente é “ability to cope” diz minha amiga imigrante-mor, de nacionalidade Filipina, nascida no Hawai, criada em Londres e radicada no Colorado (Uau!) – (Agora me diz: que lógica tem uma Língua em que se escreve cHolesterol com “h” e ability sem????)
Enfim, resumidamente, é a tal da Habilidade de se adaptar às mudanças (pr'á pior, claro, que pr'o melhor qualquer um se adapta, exceto, aparentemente, eu, que sou a única pessoa que conheço (ou que meus amigos conhecem) que quando meu carro quebra e o seguro me oferece um carro alugado escolho um igualzinho ao meu ao invés de um conversível cheio de firula (muito trabalho ter que reaprender onde fica o quê só por um par de dias...)).
Tem lá seu sentido a tese da moça, aliás tese de PhD, de medicina não entendo lhufas então nem me atrevo a abrir o bocão e soar o piano, de Psiquiatria, ‘tô com o Machado e o povo lá da minha terra, maluco é mato e no fundo quanto mais são, mais pirado, entre alienista e alienado o que muda mesmo é o comprimento da manga da camisa. (Fala sério! Já leu Freud? Não sei o que aquele cara tomava mas eu também quero! Vai viajar longe assim lá na casa do chapéu!). Mas prestar atenção nas pessoas eu presto, verdade seja dita, o americano médio é criado com a idéia de que nada vai mudar, nunca, nem que chova canivete (cats and dogs (Imagine a cena!), como eles dizem por aqui), os livros didáticos têm as linhas numeradas, os professores lhe dizem o que grifar com o “amarelinho”, e, embora o capitalismo seja selvagem, o governo é bem paternal e legalzinho, feito um vovô babão, para com o vagabundo médio, especialmente o que se enche de filhos e cobra a conta de algum débito histórico.
Nisso, nós brazucas tiramos dez gabaritado, nascidos e criados na Lei de Murphy, duas certezas temos: se está bom, cedo ou tarde vai ficar ruim, e se está ruim, melhor não cuspir prá cima dizendo que pior não pode ficar. Sempre dá prá piorar e é melhor “mexer o doce” antes que seja tarde.
Memória seletiva tem lá seu lado útil, acredito que, em última instância, é exatamente isso que nos equipa com as ferramentas necessárias para lidar com as mudanças (além de, claro, nos salvar de certas ressacas morais através do mágico poder do esquecimento). Enfim, em Português coloquial, gente com falta de “ability to cope” é gente que vive no passado, não larga o osso, afunda com o Titanic, dá murro em ponta de faca, insiste em bater com a cara no muro e fica tocando a vida (no sentido errado) crente que dá mesmo prá matar tartaruga a beliscão.
No melhor estilo miamiano, “lo que paso, paso, hunnie bunnie, move on!!! Acorda Alice!!!”
‘Tá, tambem tem seu lado mau, por exemplo: Fernando Collor, Senador da República; Paulo Maluf, presidente do PP, versão não ostensivamente armada mas absolutamente correlata a outras siglas e coalisões tais como PCC, Comando Vermelho, d’entre outras. Mas por que que eu fico tão espantada né? N’uma realidade onde quem matou Odete Roithman dá muito mais Ibope do que “Quem matou Tacredo Neves???”, ou Ulisses Guimarães??? Ou, ainda, sabe-lá-deus quantos artistas e estudantes “mal-programados” da “geração tubaína” (a que veio antes da “coca-cola”)... um dia ainda pergunto pr’o Tuma (o Romeu) se foi a cotovia ou o rouxinól... Óh, dúvida cruel hamletiana... ser ou não ser... hipócrita.
A música do momento por aqui, “frenesi” em todas as casas noturnas, é brasileira e a letra resume-se, basicamente, a “Brasil, carnaval, futebol”, repetidamente em ritmo samba-techno, se fizessem uma do tipo “México, mariache, sobrero, ciesta”, não ia ter mexicano que não ficasse ofendido... mas a gente não... perdemos o meio-termo, a razoabilidade e, por vezes, a vergonha-na-cara!
Nem tanto ao mar nem tanto à terra, herdeiros de Cabral!!!!
Terra à vista, dignidade a prazo???????????????????