Plagiando Léon Blum

Quando encontramos um pensamento de rara beleza, que traduza com poucas palavras o muito que gostaríamos de expressar, sentimos vontade de divulgá-lo.

Acreditamos que esse sentimento é motivado pelo reforço que é dado ao nosso pensamento pela autoridade de um autor reconhecido, bem como no prazer que sentimos em dividir o belo com o próximo.

A divulgação é feita à vontade. Trata-se de um pensamento expresso por autor com fama internacional.

Nossa intenção é divulgar um pensamento de Léon Blum, que encontramos logo nas primeiras páginas do livro “Psicanálise da Sociedade Contemporânea” de Erich Fromm. Esse autor, por meio de seus inúmeros livros, funcionou como um reeducador para os nascidos na década de 40.

Somos de opinião que o pensamento de Léon Blum, a seguir transcrito, revitaliza nossas esperanças na evolução de nossa espécie, para a construção de um mundo feliz.

“a espécie humana teve a sabedoria suficiente para criar a ciência e a arte: por que não deverá, então, ser capaz de criar um mundo de justiça, fraternidade e paz? A espécie humana produziu Platão, Homero Shakespeare e Hugo, Miguel Ângelo e Beethoven, Pascal e Newton, todos esses heróis humanos cujo gênio é apenas o contato com as verdades fundamentais, com a essência mais íntima do universo. Por que não deverá, então, a mesma espécie produzir os dirigentes capazes de liderar para as formas da vida comunal mais próximas das vidas e da harmonia do universo”?

Lèon Blum foi escritor e político francês. Foi membro do Partido Socialista Francês, foi deputado e dirigiu o governo em várias oportunidades. Foi desterrado pelos nazistas em 1943 e foi libertado em 1945. Foi fundador em 1924 do “cartel das esquerdas”. Suas obras mais importantes foram Le Mariage, Stendhal et le Beylisme, A L’ Echelle Humaine. Morreu em 1950 aos 78 anos.

“Crença no Bicho-Homem” é o registro, em rimas desconhecidas, da crença e da esperança de muitos de nós na própria espécie, expressas com rara beleza pelo reconhecido pensamento de Léon Blum.

Crença no Bicho-Homem

Em ti, espécie humana,

apesar de Stalin, Hitler,

Somoza, Medici e Pinochet,

não vou a esperança perder.

Se, criaste, com sabedoria,

a ciência e a arte;

se, fizeste a música e a poesia;

se, pisaste na Lua e exploraste Marte;

se, pariste Platão, Rondon,

Djanira, Da Vinci, Drumond,

Kant, Fellini, Dumont,

Madre Tereza, Bolívar e Tom;

por que não serás capaz

de criar as lideranças

que construirão a paz?

Em ti espécie humana,

apesar do “apartheid”

e da vocação pelo sofrer;

em ti espécie humana,

apesar do fanatismo

e da tirania no poder;

em ti espécie humana

não vou a esperança perder.

J Coelho
Enviado por J Coelho em 06/12/2008
Reeditado em 29/06/2021
Código do texto: T1321494
Classificação de conteúdo: seguro