A PÉROLA É O PRODUTO DA DOR
A pérola é uma jóia cara, caríssima, porque é encontrada em certas conchas de moluscos nas profundezas do mar. O molusco precisa ser ferido, e é daí que a secreção se solidifica formando a pérola.
Pérolas são produtos da dor, resultado da entrada de uma substância estranha no interior da ostra, como um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra é uma substância lustrosa chamada nácar. Seu brilho é translúcido, capaz de captar os raios solares. Porém é a pérola que, em todo o seu esplendor reflete as cores do arco-íris.
Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra.
Como resultado, uma linda pérola é formada.
Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.
Por isso, está aí a comparação com o Reino de Deus.
A sede dele está nas profundezas da alma da gente e o seu esplendor só se revela plenamente à luz da vida diária, por meio da vivência ética, da honestidade, moralidade, do amor ao próximo, da caridade, dos bons ensinamentos, do trabalho, do conhecimento desse Reino.
Cabe-nos a responsabilidade de mudar o porvir, pois a violência só existe porque não entendemos ainda a lei do amor.
Por isso, Precisamos nos submeter às leis dos homens para nos reeducar.
É como se todos nós fôssemos pedras pontiagudas e precisássemos de nos tornar redondinhas para conseguirmos rolar no Rio da Vida, até descobrirmos o caminho que possa nos levar ao Criador de Vidas, ao Reino de Deus.
Vejam a comparação no poema abaixo:
SEIXO ROLADO
A. Carrijo
Eu era uma pedra,
cheia de arestas,
de pontas agudas
que feriam os que me tocavam.
Mas
os meus sofrimentos
e os pés que me pisaram
desbastaram-me as quinas,
abateram-me as agulhas.
Hoje,
quando apalpo o meu ser
com as mãos da consciência,
não me reconheço no passado.
Como estou diferente!
Sou um seixo rolado,
polido pela dor.
Obrigado, Senhor!