A Alameda da Poesia
para a Lenise Resende
Eu jamais passaria nessa alameda - árvores centenárias, cimento centenário? - sem me curvar a ela. Sem deixar ali pousado entre os seus sacrários, um passo em falso, misto de arroubo e de indagação. Seria de arribação? E o meu maior desejo mesmo que nisso eu nem pensasse, seria transfigurá-la em curvas de todas as curvaturas para, quem sabe, dolorir-me de diferentes formas a cada descortinar que ela me oferecesse. Não, eu jamais passaria nessa alameda. Ando por ela, não nego, mas eis que quem me perspassa e ela. Fica o perfume dos laços de vento que lhe enfeita os cabelos, como um deus que eu apenas divisasse.
Cissa de Oliveira