Direitos Autorais
A cerca de cinco mil anos A. C,. os Sumérios, no berço da civilização como a conhecemos hoje, escreveram uma obra literária das raras antigas ainda existentes hoje sem muitas mudanças, e seu autor é desconhecido. Durante a maior parte dos tempos, se ignorava direitos autorais e se colocava outro nome como autor. E como o mundo dá voltas, segundo um ditado popular, cá estamos nós, sem direitos autorais de novo. Ou como diria o poeta, o mundo é uma salada mista.
O livro mais lido e mais influente de todos os tempos, a Bíblia, que nada mais é que um compendio de milhares de outras historias, inclusive da epopéia de Gilgamesh oriunda dos Sumérios, começou a ser organizada perto do ano 1000 A.C., no inicio da organização das tribos habitantes das terras de Canaã que viriam a se chamar Israel, sob a batuta de um Rei, Davi. Quase tudo contado em forma de parábolas, ou epopéias, narra as aventuras do homem desde a criação, em dois textos distintos, um citando YAWEH, ou Javé ou Jeová, depende da tradução, e Elohim. O primeiro criara o mundo em sete dias o segundo em apenas um.
Na epopéia de Gilgamesh, um semideus, que dá nome a estória, salva a humanidade de uma catástrofe de inundação, relatada como um dilúvio geral sobre a terra, copiada na bíblia com nome de Noé, e os dois nomes dos deuses criadores de repetem, nem houve uma revisão. Mesmo assim creditaram estes dois textos, Gênesis e Êxodo a um autor apenas, o mítico Moisés.
Por volta de 389 A.C., um religioso chamado Esdras dá uma editada nas estórias destes dois livros creditados a Moisés, e escrevem mais tres, Deuteronômio, Números e Levítico, e creditam a Moisés. Nada de créditos autorais aos verdadeiros autores. Já quando resolveram escrever a história de um jovem Judeu que enfrentou os sacerdotes do templo, e ganhava a vida como mágico, segundo relatos que se mantiveram originais sem interferência de Padres, Monges ou Bulas Papais, nem editores manipuladores no decorrer dos séculos, colocaram seus devidos créditos nos textos, exceto os três primeiros evangelhos, que foram de outros autores, mas colocados nos nomes dos mestres, Marcos, Lucas e Matheus.
Assim como o cinema Americano é usado como moeda de troca nos negócios, a Bíblia foi usada como único livro da humanidade por séculos, imposta sob pena de morte, num marketing para lá de absurdo, que funcionou graças a milhares de fogueiras usadas para queimar homens e outros tipos de escrituras, fazendo humanidade chegar à idade média, como no tempo das cavernas, se bem que ainda hoje tem uns pelas ruas de nossas modernas cidades que estão na pedra lascada, mas isso é outra história.
Na idade média, obras literárias começam a ganhar espaço, e os autores nem tanto, costumava-se a citar fontes mais antigas para corroborar suas escritas, e algumas obras transcendem, como o caso do Rei Arthur, difícil de afirmar se foi real, se foi lenda, e se há um autor. Assim como Dom Quixote, sabe-se tratar de um romance, mas se confunde com o real, além de poucos saberem quem é o autor da saga do Cavaleiro Andante. Michael Scott e Miguel de Cervantes, são pouco relevantes?
Até o William Shakespeare entrou nessa onda, te historiadores que calculam mais de dezessete autores aos textos atribuídos ao bardo, outros ainda, afirmam que o celebrado autor inglês, nada mais fez que plagiar inúmeros autores europeus, contemporâneos ou não. A verdade é que nem tudo é o que parece ser. Uma professora de Porto Alegre, foi acusada de espalhar pela Internet um texto e uma foto de jovem infrator no trânsito, educado igual aos religiosos da idade média ou aos homens das cavernas, mas o texto nem a foto eram criações dela.
Um quase acidente numa via de Porto Alegre – RS, uma reclamação e o jovem filhinho de papai, deu ré acertando o carro de uma senhora, ainda fazendo gestos desrespeitosos à dita dama, que o fotografou e enviou por e-mail para alguns amigos, junto com um texto de desabafo. Tempos depois, alguém alterou o titulo do texto e a autoria, passando para uma professora dando mais credibilidade ao texto, assim como Esdras, que abriu mão de assumir os textos ante Moisés.
Ainda com inúmeros casos assim, anônimos, ainda surgem casos como em muitos blogs, há um roubo de texto, e novo credito, e com pessoas ditas honradas, com nome e sobrenome, e outros títulos depois.
Assim acontece no mundo virtual de milhares de textos circulando creditados a grandes autores nacionais, os direitos autorais estão começando a se findar. Voltamos a viver como a 10.000 anos atrás. Ou como disse o Cineasta Carlos Gerbase: “Morreu! Já era. Direito autoral nunca deu dinheiro a ninguém, agora menos ainda”.