Autopsicografia

Sempre me interessou quem sou de onde venho e para onde vou. Em minha mente havia registros de que eu tinha sido deixado por uma cegonha. Hoje há registro de que nasci do ventre de minha mãe, sendo composto por: corpo, alma e espírito. Estando eles interligados, para agir neste cosmo (mundo), sempre procurando ampliar a visão.

Posso e tenho a capacidade de permeabilidade seletiva, não somente, dos alimentos e seus nutrientes, mas, também das informações e ações (ou seja, faço aquilo que é agradável e necessário). Agradável como: andar de skate, escrever, ler e respirar tudo o que essa atmosfera envolve. Guiados por essas e outras sensações, minhas três composições já mencionadas tiveram acesso ao “recanto das letras”, mas um espaço de minha “tribo” ou se você preferir: grupo social. Os olhos captam a imagem e as enviam para a massa cefálica, sendo assim, reconhecida em frações de segundos- em reflexos. Assim, minha alma, corpo e espírito conhecem alguns textos, e também escritores, paralelamente, aqui situados. Muitos deles chamam a atenção para uma reflexão, uma palavra amiga, um “e-mail” enviado... Entretanto, algo no meu interior diz:

- Você não pode fazer isto, você é apenas mais um anonimato que se encontra no mundo hostil. Será que serei reconhecido? Receberei algo de volta?

Não sei quantas conexões nervosas são acionadas, até que eu chegue à decisão de enviar um e-mail para a autora de vários textos adornados com lindas imagens. Mais uma pessoa que tem sua história muitos passos a frente da minha...

- Sei que me contradizendo fiz o envio de um simples e-mail.

Logo tenho a motivação de encontrar em minha caixa de entrada, um e-mail em particular com o referido nome da pessoa, que tive que brigar comigo mesmo para escrevê-la. Motivação mesmo, pois trazia boas palavras que soaram como música. E assim toda a minha subestimação, foi desmentida. Eu recebo o “feedback”, ou realimentação. Momento de perguntar:

- Como essa pessoa conseguiu me enxergar, e retornar com um bom recado?

Nunca esperei, apenas considerei- me pequeno diante de tudo dela. É... Pensamentos e reflexões dando início a conclusões inacabadas. Trata-se, simplesmente, de um relacionamento interpessoal, fraternal, cultural e também virtual. Ande vou parar?

(Tiago Caldeira)