Duas vertentes
Duas vertentes
Tiago Caldeira
Enquanto empresários gastam fortunas na montagem de uma “megarampa”. Para um seleto grupo de skatistas aplicar suas manobras. Que foram adquiridos ao longo dos anos através de muitos esforços, treinos, limites e ossos quebrados. Elevando assim o esporte a outro nível. Transformando o Sambódromo do Anhembi- onde foi palco dos movimentos sociais- em pista de decolagem. Conseqüentemente mudando a visão acrítica do público de fora do carrinho (!)
Sem sair do Brasil. Aqui na região norte onde os termômetros marcam até 40 graus C. Acontece um evento nada repercutido, mas, que envolve técnica, esforços e, sobretudo, raciocínio. Por se tratar de equilíbrio e força de vontade.
Da madeira para o concreto, do concreto para a madeira, ou melhor, os dois ao mesmo tempo. A diferença talvez seja que na primeira se encontrava: grandes dimensões, grande público, um toque feminino e transmissão para todo o mundo, elementos que comporão o Oi megarampa.
Já na segunda nada de público. Porem a sessão rolou solta, as imagens eram captadas por uma câmera pessoal e estática. Nada de mascote feminino para ilustrar o ambiente saturado de homens adeptos ao skate. Distante do fator prêmio somente com um propósito, o da diversão.
São duas vertentes que podem mudar os caminhos do esporte. Que há muito tempo foi reduzido ao vandalismo, coisa de quem não tem o que fazer, dentre outras imparcialidades. No momento, a mídia vem dando atenção ao esporte, só que na modalidade que leva as alturas - algo que se assemelha a ginástica olímpica. Talvez seja mais uma forma de manter seus espectadores presos em frente da telinha. Duas vertentes: Duas vertentes!
(Tiago Caldeira da Silva)