Nela eu acredito!
O pouco que acompanho da Justiça do meu estado me deu a alegre notícia de que uma mulher, pela primeira vez na história, assumisse o Tribunal de Justiça da Bahia. A mesma mulher por conseqüência, mesmo que interinamente e por curto período, se tornou a primeira mulher a ter assumido oficialmente o cargo de Governadora de Estado na Bahia, na ausência de seus titulares. A desembargadora Silvia Zarif parece ter sido vítima de uma sabotagem interna. Não garanto nada, mas desde sua história como juíza esta mulher pioneira sempre me pareceu séria suficiente para ocupar tais cargos destas relevâncias.
Não estou aqui procurando quem, e nem a causa de uma licitação fraudada com a clara intenção de tirar o brilho de uma administração da Justiça da Bahia, justiça esta que não é um das melhores do país, pelo menos há bastante tempo, mas não tão pecadora como querem outros tribunais. Com a desembargadora Zarif foi sintomática a mudança, com o rigor que passou a imprimir em variados setores. Para quem não conhece o prédio do TJB é um dos mais bonitos do Centro Administrativo da Bahia, e suas linhas modernas são merecedoras o belo, que teve começo com Silvia Zarif, e poderia ter uma decoração com tapetes “estilo persa”. Ser semelhante não é ser igual, ser o mesmo na concepção exata da origem. O homem é semelhante a Deus, não Deus!
"Foi uma coisa orquestrada. Acho que isso é um crime, que vai ser apurado", enfatizou a desembargadora, com muita propriedade. Vai ser aberta uma sindicância para apurar o caso, e que o “maestro” desta fraude contra o bom nome do TJB apareça e seja anotado no rol de culpados. O que não se pode aceitar é que dentro da justiça haja injustiça. "Com que objetivo se iria mudar um edital e divulgar para a imprensa, inclusive denunciando ao Conselho Nacional de Justiça - CNJ?", é a pergunta que está no ar. Talvez zeloso para não adquirir algo “paraguaio” havia a exigência no Edital de Compra pelo qual deveria ser de pura lã originada do Irã, Índia ou norte da Turquia. A desembargadora suspendeu a licitação, e mandou apurar o caso.
Não é para menos que Silvia Zarif se disse "estupefata com a mesquinhez e a leviandade", e ressaltou que no objeto da requisição feita pelo Cerimonial da Casa se falou apenas em estilo persa, mas não em origem persa. Na licitação teriam intencionalmente tudo; tamanho, padronagem, tamanho, etc.. Ninguém pediu em lã autêntica. Foi pedido ao Instituto Pedro Ribeiro de Administração Judiciária – Ipraj, encarregado das compras e licitações da Justiça da Bahia, o modelo persa padrão que é encontrado em qualquer casa comercial, que até podia ser de um turco. Com estampa e não bordado, e que fosse de qualquer lã aceitável.. Não escrevo para acusar este ou aquele mequetrefe, mas defender a honra da mulher que por tão poucos dias como governadora no executivo da Bahia, não poderia ter apreendido tão ligeiro tanta corrupção!
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(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi – Bahia, e que espera um novo prédio, mais do que necessário, para o Fórum de Guanambi já tantas vezes pedido ao Ipraj, que não precisa licitar escadas e corrimãos de autêntico Mármore de Carrara!