## refletindo ##
Talvez minha sensibilidade esteja mais aguçada hoje, por motivos que só as mulheres conseguem entender. Não menosprezando a sensibilidade dos homens, claro, mas pela maneira de, em certas fases, termos a capacidade de ir ao extremo da sensibilidade humana (se é que me entendem).
Confesso que fujo de noticiários na TV. Nossos dias já são extremamente corridos e já são tantas coisas que temos que nos preocupar e ouvir, mesmo sem querer, que normalmente prefiro ficar lendo algum livro ou apenas escrevendo.
Mas, como já disse, a sensibilidade está na fase extrema ultimamente e há certas coisas que você não pode ficar alheia, simplesmente pelo fato de viver neste mundo.
A tragédia de Santa Catarina atingiu-me em cheio, assim como a tantos brasileiros, com certeza. O fato, em si já basta para deixar abalado qualquer coração, mas uma coisa que me veio à mente foi o comportamento humano em relação a vida e aos valores, hoje, tão superficiais.
Explico-me. Refleti muito sobre as catástrofes que ainda virão (pelo menos, as previsões são muitas). Para o norte e nordeste existe previsões terríveis, do Pará à Paraíba, efeito de uma possível tsunami, prevista por um pesquisador inglês, assim como muitas.
Fico aqui, pensando:
não está na hora de fazer com que o amor, as virtudes e o carinho pelo próximo prevaleça em detrimento da ganância, do querer mais, do possuir, do preparar nossos filhos, tão intensamente para o futuro que roubamo-lhes no presente? Eles que ficamos longe porque estamos lutando pela vida e porque se os próprios não lutarem desde já, nada terão?
Talvez estejamos realmente tirando muito do presente, dos momentos, do ficar junto, do beijar até cansar, do afago sem pressa, das brincadeiras (deixando-os livres num computador porque pelo menos estarão quietos).
Não falo só dos filhos, mas dos nossos familiares que às vezes pouco vemos.
Nada sabemos sobre o futuro, talvez nossas crianças nem cheguem à nossa idade e estamos praticamente impedindo-os de viver, preparando-os para um futuro que talvez nem cheguem a ter. Poupando-lhes momentos de amor para que se preparem cada vez mais para a vida. E a vida que tá passando AGORA?
Por favor, não quero dizer que devamos abrir mão das obrigações que as crianças sempre tiveram, desde que o mundo é mundo. Nada disso. Falo do tempo que precisamos dispor para o amor, para o contato, para a conversa, para ouvir juntinho a respiração dos que amamos. Momentos de ternura que precisamos dispor de mais tempo para vivê-los.
Não costumo preocupar-me com essas previsões, acho que devemos procurar viver bem por que o que tiver que acontecer um dia acontecerá, não posso sofrer por antecipação, mas posso desde já rever meus valores, sim, pois a qualquer hora, tudo que pensei ter valor na vida, poderá não valer mais nada e de repente, a única coisa que fará falta será o amor e a solidariedade.
Valores materiais sem dúvida irão, passaram, com ou sem as águas, mas arrastados pelo tempo. Ficarão os momentos, as coisas boas que aqui plantamos, as atitudes, a dignidade de assinarmos embaixo, sem titubear, o que fomos aqui.
Talvez minha sensibilidade esteja mais aguçada hoje, por motivos que só as mulheres conseguem entender. Não menosprezando a sensibilidade dos homens, claro, mas pela maneira de, em certas fases, termos a capacidade de ir ao extremo da sensibilidade humana (se é que me entendem).
Confesso que fujo de noticiários na TV. Nossos dias já são extremamente corridos e já são tantas coisas que temos que nos preocupar e ouvir, mesmo sem querer, que normalmente prefiro ficar lendo algum livro ou apenas escrevendo.
Mas, como já disse, a sensibilidade está na fase extrema ultimamente e há certas coisas que você não pode ficar alheia, simplesmente pelo fato de viver neste mundo.
A tragédia de Santa Catarina atingiu-me em cheio, assim como a tantos brasileiros, com certeza. O fato, em si já basta para deixar abalado qualquer coração, mas uma coisa que me veio à mente foi o comportamento humano em relação a vida e aos valores, hoje, tão superficiais.
Explico-me. Refleti muito sobre as catástrofes que ainda virão (pelo menos, as previsões são muitas). Para o norte e nordeste existe previsões terríveis, do Pará à Paraíba, efeito de uma possível tsunami, prevista por um pesquisador inglês, assim como muitas.
Fico aqui, pensando:
não está na hora de fazer com que o amor, as virtudes e o carinho pelo próximo prevaleça em detrimento da ganância, do querer mais, do possuir, do preparar nossos filhos, tão intensamente para o futuro que roubamo-lhes no presente? Eles que ficamos longe porque estamos lutando pela vida e porque se os próprios não lutarem desde já, nada terão?
Talvez estejamos realmente tirando muito do presente, dos momentos, do ficar junto, do beijar até cansar, do afago sem pressa, das brincadeiras (deixando-os livres num computador porque pelo menos estarão quietos).
Não falo só dos filhos, mas dos nossos familiares que às vezes pouco vemos.
Nada sabemos sobre o futuro, talvez nossas crianças nem cheguem à nossa idade e estamos praticamente impedindo-os de viver, preparando-os para um futuro que talvez nem cheguem a ter. Poupando-lhes momentos de amor para que se preparem cada vez mais para a vida. E a vida que tá passando AGORA?
Por favor, não quero dizer que devamos abrir mão das obrigações que as crianças sempre tiveram, desde que o mundo é mundo. Nada disso. Falo do tempo que precisamos dispor para o amor, para o contato, para a conversa, para ouvir juntinho a respiração dos que amamos. Momentos de ternura que precisamos dispor de mais tempo para vivê-los.
Não costumo preocupar-me com essas previsões, acho que devemos procurar viver bem por que o que tiver que acontecer um dia acontecerá, não posso sofrer por antecipação, mas posso desde já rever meus valores, sim, pois a qualquer hora, tudo que pensei ter valor na vida, poderá não valer mais nada e de repente, a única coisa que fará falta será o amor e a solidariedade.
Valores materiais sem dúvida irão, passaram, com ou sem as águas, mas arrastados pelo tempo. Ficarão os momentos, as coisas boas que aqui plantamos, as atitudes, a dignidade de assinarmos embaixo, sem titubear, o que fomos aqui.