Natal: Lenda ou Comércio.
Certa vez tentei descobrir a realidade do natal. Mas, eu não tinha conhecimento suficiente para interpretar. O palco poderia receber sua amada, mas a humanidade não aceitaria o convite para assistir o espetáculo.
Eu continuei buscando conhecimento - sem limitações- foi quando percebi que os anos tinham passado por mim, sem resposta.
Conheci muitas doutrinas. Porém, não consegui simular um só ensinamento. Se bom ou ruim, não entendo.
Eu ganhei presentes todos os anos. Presentes materiais. Cartões com palavras. Copias. Abraços e beijos simbólicos - talvez estúpidos. Aparências, nada mais.
Se eu gostei? Amei todos! Afinal, o que é a vida senão feita de aparências!
É difícil entender? Não! Simples!
Eu só tenho perguntas a fazer. Faço-as para mim. Se você quer, faça-as a você:
Será que eu acredito em Jesus como um homem comum, que nasceu para viver pouco, ensinar muito, ser puro por determinação de Seu Pai, nosso Pai e mesmo assim, sofrer? Ser humilhado, crucificado, morto, apenas para salvar os pecados do mundo?
Quem sou eu? Uma simples matéria, que caminha sobre a terra de ninguém, ou um espírito em busca de salvação?
Memorizando o natal: presentes, alimentos fartos sobre a mesa, vinhos raros, doces, falsos abraços, cumprimentos forçados - hipocrisia, oferendas, rezas. Orações; pai nosso e ave maria. Minúsculas sim. E necessário. Ao que se prontificam todas as coisas. Matéria ou espírito?
Sacrificamos a matéria para salvar o espírito, ou gozamo-nos dela?
Será que lembrar e comemorar o nascimento de Jesus em apenas um único dia e ainda achar, que é santo este dia, nos compensará toda maldade e vaidade dos 364 dias restantes no ano?
Se eu comemorar o nascimento de Jesus acreditando na minha concepção e não segundo a lei do homem, exagero neste conceito?
Não seria melhor a alma comemorar, agradecer, e louvar a Jesus, todos os dias?
Como louvarei a Ele todos os dias:
Orando? Acreditando? Agindo segundo a doutrina dos homens? Trabalhando para juntar riquezas materiais para que somente eu venha usufruir? Trabalhar para dividir? Orar pedindo bens materiais? Para que salve minha alma além da morte? Sentar a mesa, satisfazer minha fome sem lembrar, que outro não tem nada sobre ela? Comprar a melhor roupa para exibir a todos e esquecer, que meu irmão está vestido com trapos? Abrir um vinho de cento e cinquenta reais, quando milhões de crianças passam fome? Comprar um carro importado e deixar que a ambulância em péssimo estado, pare no meio do percurso, enquanto leva pessoas entre a vida e a morte?
Viajar para terras distantes para gastar o que ganhei da terra que me sustenta, com o suor dos desgraçados? Devo ofertar dotes à igreja, dar conforto aos membros fundadores? Devo comprar uma falsa arvore enfeitá-la, colocar nela meus olhos de orgulho por ser a mais bela da vizinhança? Fazer outras coisas mais, que se observam todos os dias? Devo ignorar todas essas coisas e cuidar da minha própria vida?
Eu posso ignorar todas estas coisas, e/ou, praticá-las. Todavia, jamais o deixarei esquecidas. Entre elas, existe o bem e o mal contido em todo ser.
Dou graças a este Deus - cujos nomes conhecidos foram batizados pelo homem. Todavia, a minha visão sobre este Ser Todo Poderoso está voltada para tudo que tem vida, e tudo que respira é o próprio Poderoso. Vejo O Todo Poderoso nas coisas simples da vida, o único caminho prazeroso.
"Não considero o natal como um dia santo. Todavia, desejo um próspero ano novo, a todos, que corresponde a trezentos e sessenta e cinco dias, incluindo o dia de natal, cujo homem inventou para comercializar, profanar, e propagar mentiras.”