CHOVE
 
 
 
      Chove.
            Chove nesta manhã de quarta no Rio também. Na Barra.
            Tanta água atingindo o Espírito Santo, a cidade de Campos e outros municípios fluminenses. Na cidade de São Paulo as ruas estavam alagadas já ontem, à noite. E em Santa Catarina continua a terra molhada, em perigo, e o sofrimento da população, e mais um prejuízo material altíssimo necessário para a reconstrução das moradias. O porto de Itajaí destruído em longa extensão, uma construção de uma profundidade de cerca de doze metros necessária para os navios atracarem foram arrancadas e levadas pela água. Dano gravíssimo.
 O fundo do rio esta coberto de lama e destroços vindo dos desmoronamentos, com um acumulo de cerca de seis metros de altura, segundo noticiários da TV, de tal modo que o porto de Itajaí não pode ser usado, gerando um prejuízo de milhões de reais. O rio, canal, terá que ser dragado e reconstruído o cais do porto. Tudo, o retrato da desolação no Sudeste do Brasil. E como atingir a casa da gente, o nosso coração.
 
        E dramático este momento. Não podemos evitar sermos atingidos nos nossos sentimentos de compreensão e de solidariedade.
E um penoso começar do dia. Mesmo continuando com nossas atividades normais, temos o corpo carregado pela tensão e dor desta tragédia, que esta em processo.
        Belo e a mudança das pessoas em crescer em solidariedade para com os desabrigados e atingidos pela inundação e destruição de todos os seus pertences. Terrível o sofrimento dos que perderam seus filhos ou familiares. Em contraponto, e belo o despertar da solidariedade daqueles que saem do seu conforto e não tiveram contato direto com os danos, para abrigar ou ajudar aos que perderam tudo.
        A mudança gera uma transformação.
 
        Eu, comigo mesma, tenho por filosofia e ação, encarar os obstáculos que surgem na nossa vida, como se a fossem destruir, olhar o obstáculo como um entrave desafiante, com uma automática mudança de desafio a ser superado. Não me paraliso no pior, vejo-o como um desafio a ser vencido e transformado em uma mudança para melhor. Assim tenho vencido os meus descaminhos da vida. A cada dor, a cada perda há o impacto do primeiro momento, mais “um espanto no ar” do que “sentir a dor”, e depois nasce a forca da mudança para ver o desafio pela frente. Desafio de vencer mais este obstáculo. Desafio vira uma meta, uma forca nova ate então desconhecida, uma renovação, e a mudança se apresenta com novas formas boas de energia e esta mudança muda para melhor, para a renovação.
 
       Chove.
       Olho pra fora, e os meus olhos estão nublados como nubladas estão as vidraças das janelas.