Um comunista burrinho ou um neo-liberal espertinho?

As crianças, justamente por essa condição, costumam ser mais espontâneas, verdadeiras ou- pra ser mais sincero- menos falsas.Assim que soltam uma mentirinha tapam a boca, num gesto automático, inerente à sua falta de experiência de dissimulação.Na universidade ocorrem alguns fenômenos parecidos.Não necessariamente na questão da sinceridade, já que contar pequenas mentirinhas já virou quase um ato humano, normal.Mas em algumas questões políticas, ideológicas e nos movimentos estudantis( ou na falta deles).Restringindo a problemática ao Brasil, contar mentiras não mais tão pequenas e ser desonesto já é equipamento essencial do Kit jeitinho-brasileiro.E muitos universitários usam e abusam desse kit como fosse um brinquedo novo, sem moderação.Parece as crianças pensando que vão evitar a mentira tapando a sua boca.Vivem de influências e de interesses pessoais ou de seus protegidos.E daí surge um neo-liberal espertinho.

Do outro lado, aparentemente diametralmente oposto, alguns crescem querendo mudar o mundo, através da rebeldia que sentem dentro de si.Algo bonito, louvável.Entretanto, usam e abusam disso, muitas vezes sem fim algum.Fecham-se em uma teoria, e querem “copiar e colar” essa teoria na realidade, como se fosse possível. Concordo com quem disse que cada um vive seu mundo particular, enxerga a vida da sua maneira. Porém, saber olhar pra fora de si, para a realidade, é essencial. Não olhar pra fora de si é como não sair de casa; ficar em casa é confortável, seguro, mas não sair dela torna-se prisão residencial.E toda prisão é um cabresto, e vice-versa. E daí surge um comunista burrinho.

Não quero ser tendencioso, o kit jeitinho brasileiro também vem “sendo comprado” por muitos “comunistas” também. Dizem que faz tanto sucesso quanto no outro lado. Não sei a porcentagem, mas sei que fascistas de direita e de esquerda são todos iguais. Infelizmente, a desonestidade e a ganância são requisitos inerentes a qualquer ser sedento de poder.

Sinceramente não me interessa se Marx é atual, importo-me mais com a aplicação de alguma teoria de honestidade, justa ou de melhor administração pública, funcional e atual.Acredito ser melhor partirmos das ferramentas que temos, não fugirmos da nossa realidade, e transformá-la( no que precisar) dia a dia.

E justamente no mundo político da universidade tornam-se evidentes essas discrepâncias, todas tão espontâneas e imaturas.Vê-se lados da força, evidentes, espertinhos, burrinhos.Modernos, antigos, atuais, futuros.Novas tendências, velhos defeitos.

E você, de que lado vai?

Só não caia no senso comum ao pensar que existe um vão, um poço profundo, um buraco negro entre esses dois lados da força. Existe muito entre a direita e a esquerda do que sonha nossa vã economia.

Leonardo Cápot
Enviado por Leonardo Cápot em 02/12/2008
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