Solidariedade nas águas
Águida Hettwer
Nos últimos dias temos presenciado nos telejornais, cidades inteiras praticamente abarrotadas de água até o pescoço. Toda uma vida sendo destruída e levada pelas correntezas, deixando um mar de tristeza em cada olhar. Muitas vidas sendo submersas, deixando-nos também sem ar para respirar, nos afogamos um pouco, desmoronamos junto com cada família que perdeu vidas e seus pertences. Mesmo no seco, longe dessa tragédia, e no conforto onde me encontro. Coloco-me nessa situação, vejo-me sentada nos tetos das casas, Olhando ao redor e o cenário é avassalador. Boiando na água, vestígios de vidas, pertences que acumulamos. Vaidades sendo levadas pelas águas. De onde vem essa energia amorosa de estender as mãos e acalentar a alma. De semear esperança nos jardins dos sonhos, antes que se perca a fé nos homens de bem. Temos que acreditar, o sol continuará a brilhar firme e forte e a terra engolirá as sobras da água. Secando a dor e o pouco que resta. Abrindo nossos armários, tantas peças guardadas, tantos sapatos sem uso que podem ser útil para aqueles que hoje não tem nada. Talvez tenhamos que sentir na pele o sofrimento, para saber dar valor aos pequenos gestos. É tempo de lançar rede de solidariedade, de agasalhar os corações, de alimentar esperança e acalentar com palavras e atos. Tempo de amor, de adornar o perdão, de fluir as emoções, e reconhecer que precisamos uns dos outros sem distinção.
01.12.2008
Águida Hettwer
Nos últimos dias temos presenciado nos telejornais, cidades inteiras praticamente abarrotadas de água até o pescoço. Toda uma vida sendo destruída e levada pelas correntezas, deixando um mar de tristeza em cada olhar. Muitas vidas sendo submersas, deixando-nos também sem ar para respirar, nos afogamos um pouco, desmoronamos junto com cada família que perdeu vidas e seus pertences. Mesmo no seco, longe dessa tragédia, e no conforto onde me encontro. Coloco-me nessa situação, vejo-me sentada nos tetos das casas, Olhando ao redor e o cenário é avassalador. Boiando na água, vestígios de vidas, pertences que acumulamos. Vaidades sendo levadas pelas águas. De onde vem essa energia amorosa de estender as mãos e acalentar a alma. De semear esperança nos jardins dos sonhos, antes que se perca a fé nos homens de bem. Temos que acreditar, o sol continuará a brilhar firme e forte e a terra engolirá as sobras da água. Secando a dor e o pouco que resta. Abrindo nossos armários, tantas peças guardadas, tantos sapatos sem uso que podem ser útil para aqueles que hoje não tem nada. Talvez tenhamos que sentir na pele o sofrimento, para saber dar valor aos pequenos gestos. É tempo de lançar rede de solidariedade, de agasalhar os corações, de alimentar esperança e acalentar com palavras e atos. Tempo de amor, de adornar o perdão, de fluir as emoções, e reconhecer que precisamos uns dos outros sem distinção.
01.12.2008