P.S. I love you
Tanta gente falou deste filme, mas tanta gente, que finalmente resolvi assistir ps.: I love you. Não, não é uma comédia romântica, mas sim um drama romântico, se é que existe este gênero.
Não é nenhum lançamento. O filme foi lançado no cinema, lá nos Estados Unidos, em dezembro do ano passado, ou seja, há quase um ano.
O filme é lindo por se tratar de algo mais que uma simples estória de amor. Não se trata só disso.
O que mais me comoveu na estória do casal - Gerry e Holly - foi o sentimento, não só de paixão, mas de amizade que os unia.
Porque antes de mais nada, um dos sentimentos mais verdadeiros e bonitos que podem unir duas pessoas é a amizade.
É claro que Holly era apaixonada por Gerry e vice-versa.
Mas um dos pilares de sustentação de qualquer bela estória de amor não é nada mais, nada menos do que a cumplicidade, o companheirismo, a amizade que ambos cultivam um pelo outro.
Não vou estragar e contar, para quem não viu ainda, que o mocinho morre no final. Não, não se preocupe!
O mocinho morre no início mesmo. E é a partir daí que se desenrola todo o filme.
A dificuldade de Holly em deixar Gerry partir e recomeçar a sua vida.
Mas Gerry, em compensação, dá uma aula de desprendimento, de como ser amigo de seu parceiro. Como não deixar a pessoa amada na mão, mesmo depois da morte.
É comovente perceber que seu amor e amizade por Holly era tão profundo e verdadeiro, que ele prepara uma série de situações para tirarem Holly da tristeza, por se tornar viúva tão cedo.
Entre outras coisas ele a incentiva a continuar vivendo e não desistir de amar e ser feliz novamente.
Como ele faz isso? Através de inúmeras cartas, que começam a ser entregues a ela, depois que ele morre. Tudo esquematizado para não deixá-la desamparada.
Ou seja, ele foi, até o fim, não só o melhor amante ou marido, mas o melhor amigo de sua mulher.
O filme nos faz pensar em como somos apegados às pessoas e que muitas vezes não aceitamos a sua partida. Não sabemos dizer adeus. Numa sociedade onde crescemos ouvindo que casamentos são para sempre, não sabemos a hora certa de dizer adeus.
Não aprendemos a deixar partir a pessoa que mais amamos, mesmo que em muitos casos isto signifique um recomeço para ela, uma nova vida, talvez até melhor.
Mas o filme é belo por isso.
Deveríamos aprender desde cedo que a vida não só é uma série de "ois", mas também uma série de adeus. Vários até logo, quem sabe um dia?, até qualquer hora...
É difícil. Mas um dia aprenderemos, quem sabe, a dizer adeus sem sermos tomados de uma tristeza profunda, mas sim de alegria por ver que a vida continua e outros Gerrys e Hollys virão.
Gerry fez isso. A deixou partir.
Depois de uns cem baldes de lágrimas, Holly consegue, finalmente, deixar Gerry descansar em paz, e segue em frente. Fica a dica para quem ainda não assitiu.
Vale as lágrimas derramadas e os lenços de papel usados.