"De todos os julgamentos, o mais importante

            é o que fazemos sobre nós mesmos!”

                            (Nathaniel Branden)

 

ALINHAVANDO DECISÕES                                                                  (Mea culpa!?)

 

Temos que cuidar de nossas palavras e atitudes. Ainda que, inconscientemente, se não soubermos dosá-las, poderemos contribuir para a formação de opiniões ou até mesmo provocarmos dependência emocional de alguém que esteja se sentindo solitário, carente. A solidão é uma armadilha cruel. Assalta-nos de surpresa e, quanto mais mergulharmos nela, tanto mais difícil nos desvencilharmos de suas redes.

Ando seriamente inclinada a dar um tempo!  Para mim, especialmente e, na mesma medida, para aqueles que esperam algo de mim, sem que eu esteja preparada para dar-lhes. As pessoas criam expectativas e dão asas à fantasias originadas de suas mentes criativas e corações solitários. Corações que querem amar -  mais do que viver. Somos responsáveis  pela confiança  depositada em nós. Não podemos frustá-la, muito menos alimentá-la em demasia.

Não raras vezes, criam-se laços de dependência e nós, inconscientes ou não, contribuímos para que esse sentimento se fortaleça. Por isso, cabe-nos analisar, profunda e honestamente, até que ponto não estávamos conscientes de que tal fato poderia acontecer. Lamentar, nada adianta. Devemos retroceder, em tempo.

Estou pensando em dar um tempo! Exilar-me – não para aquele lugar de sonhos que a imaginação cria, como um bálsamo para nossas angústias – mas para dentro de minha realidade. Tomar posse de minha bagagem – de dúvidas e questionamentos – e isolar-me. De tudo, de todos. Menos de mim mesma. Preciso ficar atenta para não pisar em falso e cometer os mesmos erros. Comigo e com os outros.

Preciso fazer uma análise profunda de meus atos e responsabilidades. Sempre há tempo para que se bloqueie, nos outros, os efeitos de nossas atitudes impensadas.

Que a minha insensatez, vaidade e egocentrismo – molas propulsoras das mais bem intencionadas influências – não tenham cavado um precipício tão grande quanto a impossibilidade, dos alvos atingidos, se salvarem.
Que não tenham provocado dores tão profundas, cujas marcas não se cicatrizem ou deixem sequelas.

Não se deve assoprar a brasa - você pode sair chamuscado. E, de boas intencões o inferno está com lotação esgotada.

Estou pensando em dar um tempo! Para que eu, efetivamente, descubra se ousei brincar com profundos e sérios sentimentos, de quem quer que seja. Sair de circulação, por uns tempos, até que seja aplacado o vendaval e seus efeitos não sejam tão devastadores que não tenham solução. Dar um tempo para que  coraçoes inquietos se acalmem e possam perceber que  tudo não passou de mera ilusão.

Preciso dar um tempo para que se recupere a capacidade de raciocínio e ninguém se perca  na ausência de discernimento, de razão. Para que percebam, afinal, que o amor é muito mais do que a sensação de imaginar-se amando ou sendo amado. Preciso dar um tempo e, igualmente, preciso desse tempo. Para mim. Para me organizar internamente, aparar as arestas e seguir em frente. Preciso cuidar-me para que não saia ferida, também! 

Talvez eu esteja velha demais. Cansada demais. Desmotivada demais! Preciso dar um tempo para que a angústia não tome conta de meu íntimo e me fragilize de tal forma que não encontre mais saída. Quero ser feliz e que todos à minha volta sejam, igualmente,  felizes.                           

E, como este texto tornou-se demasiadamente longo, enfadonho... Páro por aqui. Stop!