Cá com meus botões
Sentada à varanda da casa, ouço o badalar dos sinos. Convite à missa das seis. Nesse exato momento meus olhos pousam no muro de tijolos. Uma lagartixa repousa preguiçosamente. Volto os pensamentos ao sino. Um menino a subir e a descer no alto da torre (Meu Deus! Como brinquei nessa tarefa!).
Há momentos em que fico qual a lagartixa. É justo- noutros instantes os pensamentos correm desenfreados como crianças na hora do intervalo escolar.
Eu, que me sentei aqui nesta preguiçosa, costumo observar a tarde morrer. Não pelo prazer da palavra fim. Em todo caso, aos domingos, não há pressa porque moro quase ao lado da igreja e no cair do dia fico então a balançar na cadeira para lá... Para cá... Numa conversa com meus botões. Concordo que seja prenúncio de solidão. Assim, não digo que este texto tenha conclusão. Vou estar mais um pouco cá...