A Parte Pelo Todo.

Recentemente, uma amiga me mostrava a sua nova casa. O curioso foi o fato de que, apesar de toda construção me parecer ser de boa qualidade, ela insistia em apontar para dois pisos, com um leve ressalto, no canto da sala.

Deu-se ao trabalho de arrastar um enorme sofá por esse único motivo.

Bastou aquele pequeno detalhe para que considerasse todo o resto da construção de má qualidade.

Este fato me fez lembrar uma figura de linguagem muito conhecida: “metomínia”; onde se toma à parte pelo todo. Ex: Comprei duzentas cabeças de gado (a cabeça se refere ao animal como um todo).

De fato, existem pessoas que são incapazes de aceitar as falhas alheias. Exigem dos outros sempre o perfeito; como se fosse mera obrigação. Não lhes é suficiente 99%. Basta uma simples falha para que todo o conjunto das ações perca seu valor.

São exigentes ao extremo; a ponto de perderem a capacidade de avaliar.

Este comportamento acaba sendo transferido também para as relações pessoais.

Só agradamos se “matamos um leão” todo dia. Caso contrário; já não somos os mesmos de antes. Estamos mudados, e já não satisfazemos.

Assim, estão sempre insatisfeitas e de mau humor, pois minimizam sempre os aspectos positivos e valorizam os negativos, mesmo os mais inexpressivos.

Se tivermos que ser muito exigentes, então que comecemos por exigir de nós mesmos ponderação e bom senso.

Exigentes sem limites tornam-se, necessariamente, chatos ilimitados.