O meu pedaço: Taguatinga!
Aqui da minha janela vejo uma noite colorida e brilhante; dá vontade de dizer: “Ai, tô com “strass”...” é isso mesmo, amigo leitor, tô cheia de luz, de encanto pelo meu lugar: Taguatinga. Esse é o meu pedaço!
E tudo começou quando descobri que eu não morava em nenhuma das asas da nave-mãe-brasília, a terra do general de cinco estrelas que fica atrás da mesa com o “pim” na mão, como sugere os versos de Renato Russo.
O meu pedaço é outro, fica no mesmo lugar onde o personagem João de Santo Cristo foi trabalhar. É. Essa referência combina mais comigo.
Aí, não deu outra, enamorei-me pelo meu pedaço, pela minha cidade!
E quando bate alguma crise de identidade, abro bem a janela e busco o meu porto seguro: a esquina da minha rua, e minha cidade tem muitas esquinas, e sinto um alívio ao ver a barraca de “Acarajé da Yayá”, bem coladinha ao “Churrasquinho da Tia” e, circulando em volta, carros barulhentos tocando o melhor de... todos os estilos musicais, porque na minha cidade há gosto pra tudo, melhor dizer, aqui cabe todo tipo de gosto!
Essa desconcertante tolerância à diferença, essa igualdade na desigualdade, me faz sentir à vontade. Igualzinho àquela sensação que a gente tem quando cruza a soleira da porta de casa e coloca o chinelo de dedo e uma roupa bem à vontade.
Melhor que isso, é poder descer do décimo andar calçando aquele mesmo chinelo e tomar a rua sendo quem sou. Deixar o sapato pra trocar o salto no seu Inácio, o sapateiro. Pegar a cópia da chave logo ali em frente, não sem antes, tomar uma água de coco na barraca do seu Zé, que ninguém é de ferro!
E aos finais de semana, ir com os amigos ao teatro do SESC, bem ali na esquina.
Ah! O meu pedaço tem tudo o que o meu mundo precisa para ser globumanizado, pois além da riqueza multimidiática que me leva mundo afora, eu preciso da sutileza dos afetos que me carrega de volta pra mim mesma e pros meus.
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