O começo, o fim e o meio
- Alô.
- Quem fala?
- Com quem gostaria de falar?
- Aparentemente com você.
- Bom, já que aparentemente é comigo, já que eu atendi o telefone, bem.. então você pode começar a falar. Ah! Falando em você.. quem é você mesmo?
- Eu sabia que era você.
- Oi?
- A vida não poderia ser um amontoado de coincidências...
- Ahn?
- Factum!!
- Tem certeza que é comigo? Porque se era para isso fazer sentindo.. bem, desculpa falar assim.. mas não está funcionando!
- Nos conhecemos no bar..
- Oi? Bar?
- Sim.. Ontem.. lembra?
- Errr.. não.. pelo visto bebi mais do que imaginava.
- Quer dizer.. era para a gente ter se conhecido... Ou melhor, nos conhecemos.. só faltou a parte de falar com você e descobrir seu nome e seu telefone.
- Se não chegamos na parte que você descobria meu telefone.. como estamos na parte em que você está me ligando?
- Destino!
- Destino?
- Eh... liguei aleatoriamente e as forças místicas do universo me fizeram discar justamente seu número. Quando você quer muito alguma coisa, o universo conspira a seu favor.
- Eu acredito mais no auxílio à lista nesses casos.
- É sempre incrédula assim?
- Não, só quando recebo esses telefonemas bem estranhos. Tem uma explicação lógica para ter meu telefone ou é a hora que eu desligo apavorada?
- Isso vai acabar com a magia do momento.
- Hum.. desligo apavorada?
- Não, não.. mas foi o destino. O destino fez sua amiga bêbada anotar o telefone dela em um guardanapo, aleatoriamente eu liguei para esse número do guardanapo e pedi o seu nome e telefone. O universo conspira a nosso favor, mas algumas coisas ficam por nossa conta. Por exemplo, ele fez o homem dos seus sonhos te ligar e cabe a você mantê-lo na sua vida. E aí.. um café?
- Homem dos meus sonhos?
- Eh.. prazer.. João.
- Desculpe João, mas sabe o que é... eu tenho namorado.
- Claro que tem.. o destino nunca se manifesta sem ironia.
- Oi?
- E aí.. um café?