Pedra Mole

Ele estava insano.

Procurava um jeito de se livrar de todo mal feito por suas mãos devastadoras.

Muita gente o olhava com carinho, mas ele, só enxergava maldade nos olhares, queria desinflamar toda dor, mas não conseguia devido ao seu atual presente escondido no futuro, causado pelo passado de desalento. Um homem frio e sem graça, era em todo o seu viver, desde sua infância. O que faltava para desvencilhar o nó que causava toda aquela dor. Um velho amigo companheiro de metáfora. O que faltava? Ele não encontrava respostas, soluções, então nem pensar.

Hediondo de seu dia de trabalho, o que significava apenas só mais um lindo dia de luta constante com sua própria vida. Estava se tornando lunático, hora lua, hora rua, hora droga e horas de rua em rua. Um belo homem massudo, que agora se tornava um viciado melancólico e perdido. A notícia do desespero, o acompanhava entre dúvidas e hipóteses de certos e errados boatos ou fatos de sua existência.O que seria mais escasso? A sua “nóia” de viver perigosamente por tentativas frustradas do passado, ou recomeçar do zero e tentar uma nova invenção de sua vida. Reviver o mal de novo? Apagar o bem vivido, mas que bem? Talvez o bem do malabarista.

Vamos ao preâmbulo de sua vida. Nasceu e sua verdadeira mãe o deixou na beira de um rio na sua cidade natal. Pego por alguns pescadores ele foi deixado numa aldeia indígena aonde fugiu aos 9 anos de idade, depois de ter desobedecido o cacique, que o tinha excluído da tribo.Vai num barco de turistas para a cidade maravilhosa, onde vai morar no morro e viver nas ruas. Aprende toda “malandragem e bandidagem” e torna-se o maior dos fornecedores da “pedra mole” uma droga fabricada e inventada por ele, uma mistura dos restos de outras drogas que tinha usado no passado. Constrói um harém onde hospeda suas escravas de todas as cores, império...reinado...não lhe faltava nada mais.vivia a mais nobre vida de reis sem coroa. Era vítima de sua selva de pedra, seu castelo de papelão e confiava em sua sombra só quando estava dormindo.

O bem vivido por ele, era o sonho de sair de outra barriga, o sonho de dormir e sonhar nascendo de novo. Fumava mais outra pedra...apagou! coração parou! Foi embora o índio criador da “pedra mole” o autor da sua própria morte e de outras que ele até hoje mata.