Agradecimento público ao Saramago

Quando ainda estava indecisa em aventurar-me pelo mundo da literatura, li esta pérola de ninguém menos que o Prêmio Nobel de Literatura de 1998 – o português, José Saramago: “todos nós somos escritores, todos nós escrevemos (fazemos) histórias, a diferença é que alguns escrevem, outros, não”. A interpretação pode ser esta: todos nós somos escritores, eu faço parte deste todo, então, eu também sou (posso ser) uma escritora.

O silogismo (as afirmações e as deduções) está correto. Perfeito. Então, mãos à obra. A partir deste dia, o ato de escrever tornou-se o motivo maior para eu pular da cama toda a manhã, depois dos exercícios físicos na academia da Luíze.

A crônica é o resultado final de um processo de maturação de uma idéia, de pesquisas, do olhar atento, da busca da palavra certa, da clareza, da expressão do sentimento, das rememorações no baú das lembranças, do cuidado para não expor as pessoas e da criação de um estilo.

Anoto muito. Idéias, palavras, expressões e sentimentos. Em muitas vezes, a memória falha quando a necessito. Inúmeras ocasiões, levanto da cama para anotar algo de que lembrei, li em algum livro, ou assisti na tevê. É comum acordar com um novo termo, uma nova expressão ou um novo título para substituir o já escrito.

A experiência é valiosa. Da jornalista que sou para a escritora que me torno, a diferença é o estilo. O amor, é o de sempre. Obrigada pela força, Saramago. Vou me apropriar do seu Ensaio Sobre a Cegueira para enxergar o essencial. Com certeza, pois.

04.09.08