Jesus me mandou um e-mail
Bem na hora em que eu lia um e-mail que me chegava de assinado por Jesus, a Internet foi embora, apagou como apaga o olhar de quem se defunta embaixo de uma carreta, sem dar tempo de pensar! Faltasse luz não me importaria, acenderia uma vela, ou quatro delas uma em cada canto do caixão, e ira fazer orações para que não viesse acontecer o mesmo com outro alguém. Assim como a vida por ruim que seja é boa demais, sem e-mail numa época de modernismo e imediatismo não daria para responder com urgência a missiva que me enviara Jesus.
Mas Jesus não necessita de Internet, e Dele recebi uma mensagem: “Meu filho irmão Seu Pedro, percebeu como bom ter humildade?” Até meu xará Jesus da terra te mandou um e-mail?” Respondi em meditação ao Mestre: “E por que não haveria de ser humilde?” Ao tempo ainda meditava no e-mail de “Seu Jesus”, alguém com o privilégio de um nome tão bonito, querendo me imitar postou antes de seu nome o “Seu”. Veio-me então a certeza de que temos a obrigação de, em nossa vida, ter algo a ser imitado, Se não consigo ser prefeito, pois só Jesus o é, devo ter pelo menos algo que Jesus possa imitar. E quem sabe ele, não me conhecendo a não ser por artigos e crônicas pela Internet, tenha gostado de uma virtude que procuro ter; humildade!
A humildade não é o mesmo que dizer “faça de mim o que quiser”, não é isto. Aborreci-me com o provedor, xinguei se palavrões o pessoal do suporte; ainda bem que não me ouviram. Não eram os culpados faltou energia elétrica, e com velas a Internet não funciona! Procurei ter a humildade de pedir desculpas ao meu Senhor Jesus pelo “raiva”. E ao Seu Jesus agradeci pelo monto de alegrai, pois se existe algo que me gratifica e receber um comentário sobre algo que escrevo. Quando ainda menino eu fugi da escola, mas dela levei a vontade de escrever, espero ter aprendido!
O que é ser humilde? É saber ouvir, agradecer, ler e saber que nem todos e nem todos os dias escrevem o que queremos, entender, desculpar, pedir perdão, perdoar até político que trai nosso voto! O que não quer dizer que concorde com que esta ou aquela pessoa faz! Quem garante que os espíritos dos pais de Suzane von Richthofen já não a perdoaram? Eu não a perdoei e nem aos irmãos Cravinhos, para mim foi bárbaro o que fizeram. Mas, não dizemos que os pais têm mil perdões para os filhos? Como podemos então afirmar que nos pais de Suzane não haveria este perdão?
Só uma história e acabo a crônica: - Quem mora em Guanambi conhece Natalino, que neste Natal fará 25 anos de idade indicada, a idade real é a inocência dele é quem dita. Não freqüenta a Apae por que não aceita e desta instituição foge, e não há que o obrigue a fazer, uma vez que já morreu sua avó, morreu sua mãe que não parou de “bebê” embora fosse filho único, morreu tio com quem morava. Este último eletrocutado pela fiação de um velho tanquinho de lavar roupa, como não teve pai homem que o assumi-se, Natalino ora só em uma pequena e velha casa, em que assistiu tanto drama. Nem por isto Natalino vive Sujo. Freqüenta o Caps.
Se não fosse o enorme físico eu lhe daria 12 a 14 anos, do tempo em que com esta idade ainda éramos crianças! Desde que conheci Natalino na Apae, sempre que eu o encontro lhe dou um real. O dou porque sei que vai comer alguma coisa, não bebe! Um dia encontro-o na praça e eu não tinha nenhum dinheiro no bolso. Antes que meu amigo me perguntasse pelo seu real, mostrei-lhe os bolsos às avessas e fui dizendo que naquele dia eu é que estava com fome! Natalino saiu em direção às mesas de um barzinho, logo após entrou em uma pastelaria e de lá saiu com dois pastéis, um me deu para “matar” a minha fome! O que Jesus faria? Caminharia ao lado de Natalino. E lá estávamos os três; Natalino, eu e Ele na caminhando na praça saboreando os pasteis!
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(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi – Bahia, é “Seu” no sentido de ser SEU!