DO MEU PRAGMATISMO INCONSCIENTE
Por Prisco! Deus da Natureza, que alma tão desprovida de caráter bucólico esta minha. Há exata duas horas que encaro daqui de frente da minha janela, um flamboyants, um pinheiro, um cajueiro, dois coqueiros, algumas vacas pastando, galinhas ciscando e cachorros latindo, além de ter percorrido anteriormente, feito um poeta amigo meu, de alma vadia e boa, alguns pontos da cidade em busca dos ipês floridos que segundo ele, cobrem de beleza a visão de quem passa, mesmo assim não consigo extrair de dentro de mim uma palavra sequer, que possa exaltar a Natureza. E olhe que não sou adepta da filosofia pragmática criada pelo filósofo americano Charles Sanders (1839/1914), cuja tese fundamental é que a idéia que temos de um objeto qualquer nada mais é senão a soma das idéias de todos os efeitos imagináveis atribuídos por nós a este objeto, que possam ter um efeito prático qualquer. Ensina também, que pragmatismo refuta a perspectiva de que o intelecto e os conceitos humanos podem por si só representar adequadamente a realidade.
E eu que só sei dizer que uma rosa é uma rosa é uma rosa invejo Euclides da Cunha descrevendo pés de juazeiros... “ sobre o depauperamento geral da vida, em roda eles (juazeiros) agitam as ramagens virentes, alheios às estações, floridos sempre, salpicando o deserto com as flores cor de ouro, álacres, esbatidas no pardo dos restolhos – à maneira de oásis verdejantes e festivos.”
Por outro lado, uma vez que falei da filosofia pragmática , estou quase embarcando nela, já que me garante a paz individual sem preocupações com os princípios do certo e errado. Vou pensar nisso...