Estranho Soldado

O teto branco que eu fitava não dizia mais que aqueles olhos, reproduzidos sobre ele por tanto imaginá-los. Foram eles que permaneceram em minha mente, esta que não parava de raciocinar sobre os últimos momentos que eu havia vivido.

Quão idiota fui mediante tanta previsibilidade. Fora perfeito demais e essas circunstâncias me dão medo. Outra vez, disseram-me que, quando a felicidade muito te envolve, estão te preparando para alguma decepção.

Eu ainda estava despido, deitado em minha cama, quando a primeira lágrima rasgou minha face. Fora somente uma, mas o silêncio, após a turbulência, demonstra passividade, inexpressão, ausência de vida, e — acreditem no que lhes digo — é o que mais dói.

Não havia motivação, nem por que levantar-me. Eu já não pensava com natural discernimento, apenas buscava estático e estarrecido uma solução — ou, melhor dizendo —, uma explicação para aquilo tudo que se antecedia ao que estava vivenciando.

Não foi necessário, mais uma vez, uma coisa na qual coloquei minha certeza é que, as notícias ruins correm, e, na maioria das vezes, batem à sua porta.

(...)