Há dias que acordo assim e há noites nas quais adormeço sentindo-me carente e triste. É isso mesmo: confesso-me triste e carente em alguns momentos.
O bom veio com Zelinha, minha amiga, a primeira pessoa com quem falei hoje ao telefone. Tinha um recado para dar e Zélia tem voz, sorrisos, erudição, bons conselhos e verdades para dar e vender, embora os ofereça sem nada cobrar.
Depois li ótimos textos e quase morri de rir em uma conversa virtual com outra amiga. Ri de mim mesma e isso também é bom.
Almoço em família tem um tempero a mais: amor.
Quase sonho foi ouvir você cantando nossa canção agora ao telefone. Canção que quero voltar a cantar. Vida que gostaria de novamente viver, ainda que por pouco tempo, pois os indícios apontam para a (sua) impermanência que você nunca escondeu.
Você me salvou uma vez e volta a me salvar. Você sabe quem sou e eu me aconchego na sua agri-doce sinceridade.
Vencemos dores, desafios, incertezas, distâncias medidas, não medidas e até o mar.
Com você eu dancei sem medo de errar. E não me envergonho de demonstrar com palavras e carinhos quando me sinto uma maior abandonada.
Estou cuidando de nossas lembranças. Cuide de mim em seu coração nômade, porém verdadeiro.
Obrigada por me dizer o que eu queria ouvir. Obrigada por me fazer existir com mais intensidade. É para você que eu dedico o poeta-intérprete da minha geração, mais rebelde do que você, ainda bem.
Maior Abandonad
Composição: Cazuza e Frejat
Eu tô perdido
Sem pai nem mãe
Bem na porta da tua casa
Eu tô pedindo
A tua mão
E um pouquinho do braço
Migalhas dormidas do teu pão
Raspas e restos
Me interessam
Pequenas poções de ilusão
Mentiras sinceras me interessam
Me interessam, me interessam
Eu tô pedindo
A tua mão
Me leve para qualquer lado
Só um pouquinho
De proteção
Ao maior abandonado
Teu corpo com amor ou não
Raspas e restos me interessam
Me ame como a um irmão
Mentiras sinceras me interessam
Me interessam