Todo ser humano parece ter sonhos. Os meus não são rurais, não quero fazendas ou sítios, meu negócio é com o mar. Como já tenho um lugar onde o avisto, estou pensando em embarcar num cruzeiro marítimo em janeiro. Dinheiro, dinheiro eu não tenho, mas como os preços podem ser parcelados em 10 vezes e as operadoras de cartão pensam que eu sou rica; vou dar uma de Kate Winslet aqui na América do Sul, se o leão deixar.
Eu explico: existe um “leão guloso”, que diz que eu sou obrigada a trabalhar 6 meses para dar para ele o dinheiro que eu poderia utilizar para conhecer muitos lugares, vestir uns negócios bacanas, e comprar um monte de bons perfumes (meu hobby predileto). Além disso, tudo que eu consumo eu tenho que pagar para ele também.
Esse leão safado toma minha grana dizendo que precisa pagar um monte de bichos, construir e reparar estradas, educar e cuidar da saúde de todos os animais da floresta.
O que se sabe é que todo mês ele faz concurso para empregar mais bichos, as estradas estão um cocô, os mamíferos não conseguem interpretar o que lêem, não sabem escrever, e vivem morrendo nos corredores dos hospitais.
Esse leão mora numa floresta, onde há duas alcatéias, lotadinhas de lobos canalhas. Eles habitam casas geminadas, diferentes apenas nos tetos. A dos mais novos é maior e seu teto é voltado para cima, a dos mais velhos é menor e tem o teto virado para baixo. São casas cheias de mordomias, com bastante serviçais e comidinhas caprichadas.
Talvez por isso, os danados dos lobos fazem qualquer coisa para ir para lá, até comerem-se uns aos outros. Raramente eles topam sair das casas e só o fazem se for para assumir alcatéias em outros recantos da floresta. No ano passado, descobriu-se a razão dos canis familiaris quererem tanto ficar nas casas geminadas: lobos novos e velhos, na maior cara de pau, pegavam o dinheiro que deveria promover o bem estar da bicharada e o recebiam mensalmente, para votar a favor do Leão.
Recentemente jornais, revistas e TVs disseram que um lobão de fora propunha aos de dentro, um esquema jóia de desvio de grana: 10% do valor de cada unidade móvel de saúde solicitada por lobos espertos. Não deu outra: a loboiada só fez isso!
Apesar da situação ser trágica, não deixa de ser cômica: dois deles, quando solicitados a se justificarem, disseram que haviam vendido um barco e um trator para o lobão. Ora, você acredita mesmo que o lobão, com tanta grana, precisa de comprar alguma coisa de segunda mão? Além disso, como é mesmo que esses dois meios de transporte seriam levados para o longínquo recanto do lobão? Pagando transportadora (Eh, lobão burro, hem?!!)? Dirigindo? Pilotando? Nas costas?
Um terceiro lobo, baiano, indevidamente chamado de capixaba, virou motivo de chacota ao defender-se alegando que não tem envolvimento com o esquema dos “XAMIXUGAS”.
Um quarto lobo, ao que parece, não pediu nenhuma unidade móvel de saúde, mas não se sabe dizer por que o lobão lhe emprestou um carro bacana durante um ano.
Então, meu leitor, precisamos dar um jeito na floresta, destruindo as alcatéias. Temos duas maneiras para fazer isso: substituindo o leão e os lobos por bichos mais decentes, ou nos cotizando para contratar uns membros do Hezzbolah, especialistas em submarinos torpedeiros, e financiar um cruzeiro marítimo para os atuais lobos.
Já imaginou que beleza? BUUUUUMMMMM!!!!!