Poema 1500 - A Magia da Escrita -

Nunca, nunca escrevi a metro, pressionado pela força dos números literários…

A única vez que tal fiz aconteceu nos tempos de Ensino Superior, quando certos professores exigiam a chamada “Palha”, para encher exames perfeitamente ocos e que se resumiriam a 3 parágrafos…

Fora esta excepção, escrevi desde garoto pela pura e genuína vontade de escrever porque tinha e tenho ideias e porque humildemente aspiro a cada nova estrofe, novo paragrafo de dar algo de, senão novo, pelo menos diferente ao mundo…

Não sei se tenho qualidade no que faço pois nunca submeti a minha escrita aos mestres, não por não terem faltado oportunidades, mas porque não reconheço autoridade valorativa a mestres.

Não é preciso ter um grau académico para escrever, escreve quem quer, quem pode, quem deseja, sobretudo quem deseja…

E a minha escrita subordina-se à lei do desejo, porque tenho uma vontade premente de escrever, porque sufoco quando passo mais de 3 dias sem escrever, porque a escrita é parte do sangue que me corre nas veias, da essência d’alma que me confere personalidade…

E assim sem querer nas próximas horas irei atravessar mais um marco na escrita ao escrever o Poema 1500…Sinto uma emoção silenciosa, uma suave inquietação na véspera do tal poema…A minha mente fervilha de ideias para esse poema que quero histórico, e estou a adiar tal até à altura certa…A cada 100 poemas dedico o 100 a alguém, mas apesar de não me faltar gente para dedicar a esse poema, hoje não me ocorre ninguém…Porque quero que de facto esse poema seja especial e a pessoa que o receber se sinta de facto especial…

Porque as coisas mudarão depois do 1500…

Em princípio estabeleci uma meta pessoal de, no espaço de 2 anos, chegar ao poema 2000, porque me apetece simplesmente, mas só farei tal se a vontade e o conteúdo me empurrarem para lá…; jamais em tempo algum escreverei só por escrever…Quando sentir que me faltam ideias detenho-me literariamente pura e simplesmente…

Mas antes de cavalgar o dorso desta nova meta poética vou dedicar-me a projectos que tenho pendentes na prosa: a continuação da minha segunda novela, escrever alguns contos a avulso para um livro que ando a fazer há já alguns anos e que pretendo finalizar nos próximos tempos, e sobretudo rever um livro enorme intragável, ilegível que fiz nos tempos de estudante, uma coisa muito em bruto que pretendo talhar e cortar pormenores excedentários ao ponto de o transformar numa novela que possa ser lida com prazer, pois é isso que exijo à minha escrita, que possa ser lida com prazer, e de preferência com paixão…

Por isso nos próximos tempos não sei se pararei de facto de escrever poesia, ou se o caudal habitual (2 poemas por dia) não se transformará num ténue fio de palavras…Não sei, francamente não sei, mas esta liberdade imensa de poder escolher o meu caminho literário sem influências externas, é um dos motivos porque amo tanto a escrita e porque jamais, em tempo algum, enquanto viver deixarei de escrever…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 21/11/2008
Reeditado em 21/11/2008
Código do texto: T1295317
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