APENAS ISTO...


Rosas... receber rosas é sem dúvida, divino!
E eu adoro recebe-las!
Pena que depois de alguns dias, elas reclamam por terem sido retiradas do seu habitat natural e murcham.
Que pena! Elas, por momentos, deixam-nos felizes e até sonhando que somos amadas...
Assim também, acontece comigo.
Mas acontece, também, que nunca recebo flores e por isso minhas mãos estão sempre vazias e tristes.
Oferecer ou receber rosas, enquanto estamos neste planeta que chamamos terra é algo que significa sentimentos profundamente belos, que nos fazem felizes por fazer alguém feliz, mas isso nunca me acontece!
É, pode ser até que eu, não as mereça e sendo assim, não poderia reclamar tal gesto.
Mas assim como não posso reclamar, também não gostaria de recebe-las depois que já não estiver neste mundo.
Sabe, eu nem mesmo gostaria de ter uma moradia mais neste planeta! Queria sim, que as minhas cinzas, fossem jogadas ao mar de qualquer litoral; assim nada de min permaneceria aqui, a não ser, na lembrança de algumas poucas pessoas , por algo que eu tenha deixado de bom e concreto.
Isto é apenas um desabafo e um pedido indireto, àqueles que por ventura venham ler o que escrevo.
Não quero um túmulo, porque não há razão para visitas, depois que já não estiver aqui... sempre fui tão só, que isso não teria razão de ser.
Alguém, que por acaso lembrar-se de min, saberá ou há de lembrar-se que eu sempre acreditei, que lá, além deste planeta, existe vida e que estarei apenas de mudança para o outro lado, me mudarei para o andar de cima, onde prosseguirei e sendo assim, apenas me mudei com passagem só de ida, por enquanto, porque se deixei alguma coisa pendente, certamente que depois de muitos, e muitos anos, até séculos, quem sabe, poderei voltar e resgatar ou concluir de alguma maneira o que ficou por realizar. Se isso acontecer, saberei que minha missão não estava terminada e aí.... tudo recomeçará de outra forma ou quase igual quem sabe!
Não sei, mas creio que será assim.
Assim também, quem sabe, aprenderei a oferecer flores e até recebe-las...
Rosas, rosas, rosas, são rosas de min, são rosas de ti, são rosas de abril, como bem dizia o poeta!
Quando eu partir, não quero receber rosas, pois elas irão murchar de tristezas também, por terem sido arrancadas, para serem oferecidas à quem não soube em vida oferece-las ou cultiva-las, mas peço que as minhas cinzas sejam, jogadas ao mar de onde nunca poderão retornar à superfície.
Peço apenas isto. Será pedir demais?

Brasília, DF
Registrado na Biblioteca Nacional
Isabelle Mara
Enviado por Isabelle Mara em 21/11/2008
Reeditado em 16/02/2009
Código do texto: T1295103
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