APOCALIPSE É O ESCAMBAU!!
 
Alguma coisa tem mais apelidos do que os órgãos sexuais masculinos e femininos? Calma! Sou doida, mas não é sobre eles que falarei hoje, não. Que coisa!! Meu foco é algo que, às vezes, é chamado de “cacau”, “caiambá” (em Porto Seguro- BA) “faz-me-rir”, “cascalho”, “papel bordado”, “l’argent”, “bufunfa”, “grana”, “la plata”, “money”, “dindim”... ou seja, dinheiro. Isso sem falar nos nomes que ele recebe em cada país.
 
O tema de hoje nasceu porque, querendo ou não querendo, quando assisto aos noticiários, encontro repórteres de todos os canais de TV anunciando o apocalipse! Diferentemente do texto bíblico, a “besta 666” é o dinheiro que sumiu dos mercados nos EUA e está causando uma quebradeira em empresas de vários países. Daí, comecei a pensar nele e a me perguntar por que o bicho homem teve de inventar tanta besteira para se preocupar.
 
Buscando respostas, descobri que nos primórdios da humanidade não havia moeda e, conseqüentemente, não havia ações e nem bolsa de valores para subir ou despencar. Os negócios eram feitos por meio de escambos, ou seja, por simples trocas de mercadorias.
 
Ocorreu que algumas delas, por serem muito úteis, passaram a ser mais procuradas e aceitas por todos: o gado e o sal. Essas foram duas mercadorias que assumiram a função de “moedas”, circulando como elemento trocado por outros produtos e servindo para valorá-los.
 
Uma curiosidade: por causa de gado (pecus em latim) é que temos palavras como “pecúnia” (dinheiro) e “pecúlio” (dinheiro acumulado), e por causa de sal é que temos “salário”.
 
Com o passar do tempo, essas mercadorias tornaram-se inconvenientes às transações comerciais por três motivos: os valores oscilavam, elas não eram fracionáveis e eram facilmente perecíveis.
 
Adivinha o que o homem fez quando descobriu o metal? Isso mesmo! Passou a utilizá-lo para fabricar seus utensílios, armas (anteriormente feitos de pedra), barras e jóias, que logo passaram a ter status de moedas. Inicialmente produzidas com designs diversos, em cobre ou bronze, elas não demoraram a ter o formato esférico e a serem cunhadas em prata e ouro.
 
Aí começava a disgraceira! Dava para juntar, para comer e beber gostoso, para se exibir e matar os outros de inveja, mas dava, também, para roubar. Quando nasceram as cédulas, surgiram também os falsários, acho.
 
Durante a Idade Média, surgiu o costume do pessoal guardar seus valores com os ourives, que, como garantia, entregavam recibos. Com o tempo, os comprovantes passaram a ser utilizados para efetuar pagamentos e deram origem à moeda de papel.
 
No Brasil, os primeiros bilhetes de banco, precursores das cédulas atuais, foram lançados pelo Banco do Brasil, em 1810. Tinham seu valor preenchido à mão, tal como fazemos hoje com os cheques.
 
Viu? Ler Norma é cultura!! (Rs,rs,rs...) Falando sério, agora, eu proponho que todos comecemos a desvalorizar tudo que endoidece o homem: cédulas, metais e pedras preciosas. Não valerá nenhuma moeda! Nem gado, nem sal, nem nada! O negócio é Troca! Escambo!! Basta divulgar as necessidades.
 
Meus anúncios seriam mais ou menos assim: Estou trocando minha força de trabalho de um mês por alimentos, energia elétrica e combustível suficientes para seis meses. No meu freezer eu tenho uma picanha maturada e quero trocar por um kilo de camarão VG. Troco um monte de roupas “novinhas” (do tempo que meu manequim era 46) por outras GG ou EXGG! Há também uma coleção de sandálias e sapatos semi-novos (antes de que engravidar, há 22 anos), tamanho 37, que me doem nos dedinhos!
 
Como eu pagaria o anunciante? Escrevendo ou corrigindo alguma coisa para ele, santo(a)!!
 
Bem, se a moda pegar, quero ver o que o FMI, as bolsas de valores e os jornalistas vão fazer para viver!! Temos lá nada com isso se os americanos fizeram caca com o sistema financeiro deles! Eles que se poquem para lá! Apocalipse, pessoal? Apocalipse é o escambau*!!
 
*Será que essa palavra vem de “escambo”? Rs,rs,rs....
NORMA ASTRÉA
Enviado por NORMA ASTRÉA em 20/11/2008
Reeditado em 19/02/2014
Código do texto: T1293736
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