MEDITAR É PRECISO
O veleiro partiu cedo naquela manhã de Domingo.
O mar estava sereno e ele se afastou rápido da costa.
Um céu de um pálido azul deixava o sol aparecer e tornar a superfície da água cristalina. Pequenas ondas enfeitavam o mar com pérolas de luz. Tudo era silêncio e tranqüilidade...
Afora o ruído das velas sacudidas pelo vento suave, só a proa rasgando passagem podia ser ouvida.
De repente comecei a observar golfinhos mergulhando bem próximos de onde eu estava. Eram muitos, em grupos espaçados de quatro ou seis, em um perfeito sincronismo. Aquele balé me absorveu por muito tempo.
A paz me envolveu e me fez refletir sobre a grandeza da criação.
Havia uma plenitude quase concreta ao redor...
Comecei a pensar na inutilidade de alimentar vazios quando tanto há de fartura na vida para preenchê-lo. Eu só podia pensar em gratidão naquele momento!
E assim, o tempo passou sem que me desse conta...
Olhei à distância e admirei o contorno das montanhas já envolvidas pelas nuvens do entardecer e que prometiam chuva.
O vento mudou e um calafrio percorreu meu corpo ainda quente do aconchego do astro rei.
Saí preguiçosamente da minha meditação e entendi que era hora de voltar.
Só então me lembrei que estava com fome e que depois da atracação uma farta refeição nos esperava.
Meu comandante sorriu pra mim comungando do meu sentir e voltamos ao cais...
O dia findava em total perfeição e mais uma vez agradeci!