O QUE É BULLYING?
Nem todo pai que tem filho na escola sabe o significado dessa palavra de origem inglesa. Essa denominação é empregada para aquela pessoa ou grupo de pessoas que se utilizam de atos de violência física ou psicológica, através de condutas repetitivas e intencionais, visando atingir uma pessoa mais fraca que eles escolhem como vítima, seja em razão da aparência física ou em razão de disputas por espaços dentro da competição social. Bully que é a palavra originária da denominação (Bullying) significa (em inglês) aquele “valentão”, mas que na verdade é um covarde porque procura as pessoas que muitas vezes não podem se defender, para acirrar a sua ira.
Os chamados Bullyings estão impregnando no meio estudantil como um todo. Aliás, essa prática é antiga, pois eu mesmo há muitos anos atrás quando fui para a cidade estudar, vindo das jornadas do campo, encontrei um mundo hostil à minha volta em face da minha aparência de caipira. Não demorei para encontrar no meu caminho um daqueles 'metidinhos' que se julgava o máximo dentro do contexto estudantil e logo me fez de vítima zombando na minha timidez e da minha forma de se vestir. Esse Bullying perseguiu-me por um bom tempo, até que eu tomei uma atitude; aproximei-me disposto a ir à últimas conseqüências e o enfrentei com meus músculos, numa luta incontida, da qual fui vencedor. Nunca mais me incomodou e, hoje – depois de adultos – é uma pessoa que tem minha consideração.
Hoje quem enfrenta o problema é minha filha. Evidente que não a aconselhei a resolver a questão da mesma forma que eu resolvi, até porque as épocas são absolutamente distintas. Na verdade, há um grupo de meninos “bobos” que certamente não tem boa educação, pois caso isso não fosse verdade, passariam a se preocupar com assuntos mais ricos e mais importantes para a idade deles. Eles são pessoas que preocupam o mundo estudantil (de uma forma geral), pois conseguem humilhar as pessoas com seus preconceitos já que não conseguem distinguir entre uma pessoa boa é uma pessoa ruim. Assim, tiram suas conclusões pela aparência e não pelo valor real do ser humano. Esses meninos deveriam usar de sua energia para praticar esporte, ao invés de ficar atormentando os outros.
O bullying pode ocorrer em situações envolvendo não só a escola, como também o local do trabalho e até a vizinhança. Qualquer que seja a situação, a estrutura do poder é tipicamente evidente entre a agressor (bully) e a vítima. Esta última fica intimamente incapaz de oferecer resistência, principalmente nos dias atuais quando a violência anda solta.
A atitude desses 'enérgumenos sociais' podem desencadear problemas psíquicos muitos sérios para as vítimas. Há informação que em certos casos a vítima pode chegar ao extremo do suicídio. Isso ocorreu em Dallas, no Texas (Estados Unidos), quando um aluno de suicidou na sala de aula, em frente aos seus colegas e professores, como protesto à perseguição de um bully. Esse episódio rendeu a letra da música de título Jeremy (nome da vítima), interpretada por Eddie Vedder, vocalista da banda Pearl Jam. Na verdade as violências empregadas nas escolas e que muitas vezes nos causam perplexidade, em face das notícias de que um aluno matou o outro, ou um deles atirou contra muitos outros etc., podem, na maioria das vezes ser desencadeadas por perseguições desse jaez.
Faço este alerta a todos que têm interesse no assunto, porque reputo de fundamental importância todos nós - que somos pais – ficarmos atentos à vida social de nossos filhos perante o mundo estudantil, para que não sejam colocados como alvos num episódio dessa natureza. A natureza humana ainda não se desvinculou naquelas noções do 'homem da caverna' de que o mais forte deve impor sua vontade. Isso ocorre no mundo estudantil porque os jovens – na maioria das vezes – por não ter uma orientação familiar adequada, ou até por influência de um outro com o caráter mais deformado, acabam por se adaptar à teoria de que as conquistas devem ser adquiridas pela força ou invés da inteligência. Assim, quando se verifica que alguém demonstra fraqueza, o primeiro impulso é atingir aquela cobaia como forma de revelar aquela ilusória supremacia.
Enfim, depois que o problema vem à tona, os pais devem agir com muita cautela, sem constrangimentos, pois afinal são jovens que muitas vezes nem sabem direito as conseqüências dos seus atos. Por isso a cautela exige que o assunto seja tratado em conjunto com a direção da escola até que os ânimos fiquem serenados.