QUANDO ZÉLIA CHOROU

“Nenhuma moral, nenhuma

Obediência, nenhuma ação

Produz aquele sentimento

De potência e liberdade que

0 amor engendra”.

(Nietzsche)

Zélia chorou e não foi por conta de nenhum psicoterapeuta. Não foi D. Yalon que escreveu a sua história, mesclando elementos reais com a ficção. Zélia chorou quando ao ler, que certa vez, já no auge de sua loucura, Nietzsche ao perceber que sua irmã o olhava com lágrimas nos olhos e não compreendendo por que ela chorava, indagou: “ Lisbeth, por que estás chorando? Não Somos felizes?”.

Chorou Zélia por Nietzsche, ou chorou Zélia por Zélia? Afinal, ela não é feliz também? Tão feliz, que age como os idealistas que, se são expulsos do céu, fazem um ideal do seu inferno? (Nietzsche).

Zélia é conhecedora da obra de Nietzsche? Não , não é. Ela não é nenhum Foucault, Deleuze, Klossowski, Marx ou Freud. E o que Zélia busca em Nietzsche? Uma “máscara”. Uma máscara para esconder a vergonha de não tê-la; uma máscara para sufocar sentimentos; uma máscara para através dela observar a vida, as pessoas e aceitá-las como de fato são.

Observar as pessoas, seus sentimentos, o amor. Ah, o amor... L’amour est de tous les sentiments Le plus egoiste, ET, par conséquent, lorsqu’il est blessé Le moins généreux (O amor é o mais egoísta de todos os sentimentos e, consequentemente; quando contrariado é o menos generoso Benjamim Constant)

E aquele que me lê, que tire sua conclusão a respeito do que se segue: “A vida só se pode conservar e manter-se através de imbricações incessantes entre os seres vivos, através da luta entre vencidos que gostariam de sair vencedores e vencedores que podem a cada instante ser vencidos e por vezes já se consideram como tais. Neste sentido a vida é vontade de poder ou de domínio ou de potência. Vontade essa que não conhece pausas, e por isso está sempre criando novas máscaras para se esconder do apelo constante e sempre renovado da vida; pois, para Nietzsche, a vida é tudo e tudo se esvai diante da vida humana. Porém as máscaras, segundo ele, tornam a vida mais suportável, ao mesmo tempo em que a deformam, mortificando-a à base de cicuta e, finalmente, ameaçam destruí-la”.

PS: Este não é necessariamente o meu pensamento.

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 19/11/2008
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