A IDENTIDADE DO MAL

Tenho acompanhado os notíciarios, especialmente aqueles voltados às ocorrências policiais envolvendo crianças e adolescentes com um travo amargo na alma. Crianças mal saídas das fraldas sendo violentadas, adolescentes sendo brutalmente estruprados e mortos... isso sem falar em violências cometidas e acobertadas pelos próprios familiares, justamente por quem deveria proteger , educar e amar...

Na década de 60 um assassinato chocou o Brasil e ficou conhecido como o crime da "Fera da Penha". A bárbarie desse ato contra uma menina indefesa foi veiculado na época pelas rádios e pela TV - nada que pudesse ser comparado aos recursos de comunicação que temos hoje, mas, ainda assim, foi um triste acontecimento acompanhado com perplexidade, indignação e revolta em âmbito nacional...

Hoje, a constatação de mais um crime - em que um homem teria jogado mulher e filho do quinto andar, causando a morte da mulher e deixando sequelas permanentes na alma dessa criança, me fazem observar que hoje assassinos não tem mais nome... Suas identidades são "naturalmente" descartadas e incineradas pela odiosa banalização do crime... Salvo Nardonis e Suzanes...a identidade do mal parece dissolver-se no sangue de suas vítimas...

Belinda Tiengo
Enviado por Belinda Tiengo em 19/11/2008
Reeditado em 23/11/2008
Código do texto: T1291531
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