Mensagem de Liberdade

- “Acorda!”.
Foi despertado assim, desta forma, naquele dia fatídico, Joaquim José da Silva Xavier... O nosso Tiradentes.
A guarda, num misto de piedade e angústia repetia com insistência: “Acorda!”.
Fora a covardia de Silvério dos Reis, que o colocara ali...
Silvério confidencia às autoridades sobre a conjuração...
Que paradoxo: a confidência que delata a Inconfidência!
Joaquim Silvério dos Reis... Certamente, um Judas!

- “À Corda!”. Gritava-se histericamente...
O Tribunal improgressista já sentenciara ao nosso Tiradentes: “À Corda!”.
Contudo, na tentativa de uma repreensão aos futuros progressistas, um maníaco convence um acréscimo: “À Corda e ao Esquartejamento!”.
Nobre ideal! Qual o que... Pobre homem, o Tiradentes...
Exemplo do que seja o desejo da liberdade; exemplo para que não se levantassem outros conspiradores.
Oxímoros, tais exemplos! Acovardar aos encorajados...
O único executado entre todos os sentenciados; deu sua vida pelo ideal de uma nova vida...
Joaquim José da Silva Xavier... De certo, um tipo de Jesus!

A Corda...
Ali estava no cadafalso... muda, imóvel e sinistra...
A corda... um objeto sem vida que tira a vida.
A corda que poderia ter sido usada para amarrar em lote as mãos opressoras, serviu unicamente para asfixiar o libertador...
A Corda... Ícone da Cruz!

A mensagem da Cruz de Cristo está por muitos, esquecida...
Assim como desmemoriamos a mensagem da Corda de Tiradentes.
A mensagem biunívoca da Cruz de Cristo e da Corda de Tiradentes remete-nos à fraternidade; conduz-nos à igualdade, e principalmente, propicia-nos a liberdade...
E, Liberdade é o que queremos...
Ainda que Tardie!



Rio, 14/08/93.
PaPeL
Enviado por PaPeL em 17/11/2008
Reeditado em 16/01/2009
Código do texto: T1287832
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