MEUS DESESPEROS

Sem imaginação reluzente, algo estranho me parecia alcançar, era diferente e inovador, meu mundo parecia não ter mais chão, a vida estava uma droga de vontade e anseios de usar minhas fantasias como alusão da própria droga que se inseria na minha corrente sanguínea como remédio estúpido, bucólico. Tudo se desmoronava em minha cabeça ainda adolescente. Eu não mudava, mas algo estava mudado dentro de mim, ou em constante mudança.

Todos os dias me pareciam tão iguais, que a monotonia começou a tomar conta do meu eu deprimido. Tudo estava ao vento, o sol não brilhava como outrora, e nem a lua iluminava mais minhas noites com todo aquele brilho branco que se despejava em minha cabeça antigamente, grande e redonda estava simplesmente ali, porque era onde deveria estar. Um laço de estrelas parecia tentar arrancá-la de lá de cima o mais depressa possível, como se minha depressão involuntária fosse afetar todos os mais belos astros do céu com ignóbil destruição.

O mundo começou a girar ao contrário, e acredito que foi aí que senti um impacto tão forte, que quase cai, sem rumo, sem estrada; e até mesmo sem a grande e branca lua. Todos estavam me deixando e eu nem havia me dado ao disparate de perceber.

Daiane Durães
Enviado por Daiane Durães em 17/11/2008
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