Novos rumos.

Talvez seja porque vivemos outros tempos, no qual, a tecnologia nos permite facilidades impensáveis há alguns anos; pela variedade de mídias disponíveis; seu poder de alcance, bem como o aumento do número de pessoas com acesso a esses veículos. Naturalmente que tudo muda e a tendência é e sempre será de crescimento, assim como uma pequena árvore que com o tempo se torna frondosa. Deste modo, podemos dizer sem a demagogia que geralmente acompanha essa frase, “nunca na história deste país...” se falou tanto sobre as eleições americanas como nesta ultima eleição.

No entanto, mais importante que essa repercussão que atingiu o mundo inteiro é a esperança que grande parte da humanidade deposita no novo governante do país mais poderoso do mundo. Um país, que apesar de ter desencadeado a atual crise financeira, com repercussão no mundo inteiro, ainda é a maior economia do planeta e conseqüentemente no poder político. A surpreendente presença de mais de 60% dos eleitores nas urnas num país onde o voto não é obrigatório, é um forte sinal que a população deseja participar mais ativamente na escolha dos rumos daquela nação. E, sendo um dos principais países emissores de gases que provocam o efeito estufa, a questão ambiental é um exemplo que justifica não apenas a imensa cobertura jornalística e a presença dos americanos nas urnas, mas, sobretudo uma esperança para o surgimento de condições políticas e econômicas capazes de viabilizar a salvação do planeta.

Uma das propostas do presidente eleito para esta área é: “Tornar os EUA um líder no combate às alterações do clima tomando a liderança de uma nova aliança internacional contra o aquecimento global”. Além de reduzir o consumo de petróleo e buscar maior eficiência energética em fontes alternativas de energia, entre outras intenções voltadas a amenizar o problema ambiental.

A eleição de Obama criou uma nova possibilidade para os rumos do mundo: países de forte oposição americana mostram-se dispostos ao diálogo; a pior recessão econômica dos últimos cem anos nasceu no coração financeiro americano; o crescimento e o desenvolvimento econômico de outros países considerados emergentes; a mudança global para valores mais humanos, espirituais em substituição a ganância capitalista, entre outros tanto fatores que conjugados podem ameaçar a hegemonia americana.

Esta talvez seja uma preciosa oportunidade de iniciarmos um novo tempo na estrutura de principio e valores da raça humana. A eleição de um representante da raça negra para a presidência dos Estados Unidos é um destes sinais que não podem passar despercebidos, pois indicam importantes mudanças. Embora as propostas sejam um passo muito distante da prática, a realidade política americana parece ingressar em um campo mais promissor para os americanos e para o mundo. Estamos diante de uma possibilidade histórica, na qual os rumos americanos podem seguir outros caminhos. Caminhos de paz e fraternidade, capazes de reverter o atual ciclo de guerras e tiranias.

Neste novo alvorecer, baseado em propostas de diálogo, cooperação e enfrentamento dos problemas mundiais, as forças adversas certamente se manifestarão. E, uma destas adversidades será superar o enraizamento e a solidez do atual sistema, que deve ser substituído, para que as novas propostas possam frutificar, além da serenidade e firmeza necessárias na condução dos trabalhos. Também não podemos esquecer da “tradição” americana de assassinar seus presidentes, e este já tem alguns compatriotas inimigos.

Exageros à parte, a importância da eleição americana é inegável, mas faz-se necessário dar maior destaque às questões voltadas a esclarecer a população do seu papel na construção de um mundo melhor. Esta é uma tarefa atribuída aos meios de comunicação e à escola, no entanto, estes são apenas alguns dos instrumentos que podem ser utilizados para a conscientização. Cada um de nós tem o poder de transformar, através das próprias ações à realidade atual. A melhor forma de iniciar este processo é dando exemplo, pois somos muito mais que um vegetal em terreno fértil com condições climáticas adequadas; somos co-criadores, mas precisamos agir sem demora. Melhorar-se a cada dia, acreditar que podemos agir sem medo no enfrentamento das adversidades da vida, é melhorar o mundo. Lembrando sempre: se eu mudar, o mundo também vai mudar - essa é uma verdade a ser compreendida.

Portanto, sem uma análise ou explanação profunda é possível dizer e, sem demagogia, que nunca na historia deste planeta reunimos tantas necessidades e condições para efetuarmos uma profunda transformação no modo de vida vigente. A escolha é sempre pessoal; é um poder único; um processo individual que pode matar ou gerar novos frutos, novas sementes e abundantes colheitas. Que não nos falte equilíbrio para, com serenidade e sabedoria, escolhermos o rumo certo a ser seguido. Boa semana!