É PRECISO DIZER NÃO À DESESPERANÇA

Quando foi que a BOMBA ATÔMICA DESTRUIU NAGAZAQUI? Interessa a data? Não interessa? As crianças e a juventude que está por aí neste início de século XXI não estão interessadas, isto faz parte da História distante, já aconteceu, já era.

Mas não só as crianças e jovens estão assim. Quase todos estão assim. Pessoas comuns ditas normais estão em luta por um emprego para sua sobrevivência. Os empresários só querem salvar suas empresas de uma temível bancarrota e usam a cabeça para estratégias de se safar desta possibilidade, juntamente em arrecadar o mais possível de renda. Famílias que conseguiram se estabelecer nos moldes sonhados, não abrem mão para mudança nenhuma e engolem todos os sapos possíveis para preservar “o como está, pois qualquer mudança pode ser pior”. Os velhos e as velhas, a chamada terceira idade, estão tremendo de medo a cada dia que passa para não ser o próximo a morrer e não pensam em mais nada quase.

Os ricos milionários e os pobres miseráveis estão com uma proposta de vida semelhante, são bem parecidos. Os ricos já têm tudo que precisam, então nada mais interessa, e os que perderam com a crise econômica dos USA muito capital estão desesperados tentando remediar a perda. Os pobres miseráveis que nada têm como nada conseguiram ser e ter, só querem um alimento por dia, é tudo que querem, fora esta contingência, em nada mais estão interessados.

Os políticos e autoridades do Brasil só querem um sono tranqüilo, assistem tudo que ocorre no mundo, mas não querem se envolver, pois é tudo muito complicado e se sentem inferiores, sem capacidade de intervir e resolver alguma coisa justificam-se apenas porque não fazem o óbvio que se é esperado que façam. Há exceções, claro. Mas são poucos e não são escutados.

Tudo isto é no Brasil. No resto do mundo acontece o mesmo em todos os países.

O século XXI está só começando.

O século XX é que ainda é, está aí. A História não muda da noite pro dia.

Como os grupos preocupados com o aquecimento da terra, com a destruição das florestas se generalizarem, com a emissão de gases poluindo o ar, com a as reservas de fontes de energias quase todas gastas, com a água ter previsão de não atender às futuras gerações e com as populações de todos os países se multiplicarem no futuro, tornando o quadro atual periclitante com tudo isto, fazem uma reunião “de cúpula” para pensar e tomar resoluções a tais problemas extremos, com quem? COM OS MESMOS PARCEIROS QUE CRIARAM TODO ESTE ESTADO DEGRADANTE DE VIDA NA TERRA?

Tentarei responder depois de voltar da feira da Glória, senão ela termina e não compro as minhas frutas da semana. È incômodo pensar estas coisas é desconfortante, mas a meu ver é tão preocupante, e como não pensar?

Também ir á feira espairece um pouco. Voltei. Que colhi? Levei uma nota de cem e voltei com cinqüenta. Comprei uma orquídea lindíssima de cinqüenta, pechinchada ficou por trinta e verbenas vermelhas, como companheiras para amainar pensamentos adversos e para aliviar a casa, talvez também a alma! Uma dúzia de ovos, duas cebolas roxas (quem sabe faço uma farofa depois de acabar a crônica?). Minha nota de cem ninguém trocava nem o jornaleiro, nem a farmácia. Lembrei que precisava um remédio e comprei meu Glifage, aí a farmácia trocou a nota. Voltei ao jornaleiro e peguei o meu JB e dois criptos. Vendo o Fabio Assunção nos jornais com notícia triste, entristeci-me, demais, sem resistência para a queda de ídolos. Perguntei ao jornaleiro o que ele achava, ele “isso pode acontecer a qualquer um”. Completei minhas compras com laranja lima e uvas. Voltei.

Cheguei, pelas tabelas, nada colhi que embelezasse a minha alma. Muita gente na rua. Parece que é o último momento do dia e todos estão fazendo alguma coisa para alegrar pela última vez. Parecem querer esquecer alguma coisa real e transformar em real o momento deste domingo.

Ou eu fiquei tão triste com o Fabio Assunção, que nada mais interessa hoje? Eu já vinha entristecida com a queima da linda Chapada dos Guimarães, que nem a grande chuva recente apagou o fogo. Meu Deus, porque estou intolerante com o que vejo?

Eu acho que o Bush não devia participar da Reunião do G-8, pois nunca aceitou o Pacto de Kioto, só isto já o elimina de participar de discussões e decisões mundiais. Em todo caso, reuniram-se em Washington o grupo dos países industrializados e os emergentes como Brasil e China, chamado G-20, e elaboraram um documento oficial de encontro com propostas concretas para alterar a regulamentação do setor financeiro global. A UE declarou já ter entrado em recessão. Os USA devem adotar individualmente uma forma de resolver seus problemas econômicos. No geral, indica necessidade de melhor regulamentação dos mercados. E mecanismo que garantam crédito para o comércio exterior dos países em desenvolvimento. Que o FMI (ampliado) e o Banco Mundial sofrerão reformas. Foi proposta pelo Brasil a realização de uma nova Rodada ainda em 2008 e aceita pelo grupo de “nos próximos doze meses não levantarão barreiras restritivas às exportações OMC (Organização Mundial de Comércio). Para o Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim este grupo reunido em Washington substituiu efetivamente o G-8 das nações industrializadas do mundo nas discussões econômicas globais.

O Presidente Lula disse que “o G-8 não tem mais razão de ser, porque é preciso levar em conta as economias emergentes do mundo globalizado”. ”Diz que a melhor solução para a crise é que os países ricos resolvam seus problemas. É a primeira vez que os problemas estão nos países ricos e não nos países pobres. Não adianta medidas paliativas se não resolver o problema crônico da política americana e da política econômica européia”.

E em relação ao Brasil, Lula defende o estímulo à demanda interna. Como estratégia para evitar que a crise resulte no recuo da atividade produtiva e na queda de empregos.

O FMI acha que em 2009, os países emergentes é que sustentarão o crescimento global, principalmente a China.

O Presidente da França Nicolas Sarkozy propôs que a próxima G-2 seja feita em Londres. Este encontro deve ocorrer antes do dia 30 de abril.

Pior que tudo isto foi a Bomba de Nagazaki, que arrasou tudo. É de chorar que aquilo destruiu tudo da face da terra. É sufocante lembrar esta tragédia que os USA fizeram mesmo passados tantos anos

Mas a História serve para nos alertar, refletir. Se aquilo foi pior que a crise atual, porque não resolvê-la? Tudo isto é pesado demais. Mas não se pode deixar de se deter nisto. È uma referencia de dor, mas a crise financeira americana atingindo a UE e até o Brasil também, é menos difícil pensar a respeito.

E o Brasil tem a Floresta Amazônica: tem que aumentá-la e ter sobre ela a sua soberania. Temos petróleo. Temos água potável. Temos o que os outros países não têm. Temos potencial ilimitado de turismo em todos os estados. Temos um litoral que deve ser protegido e ter soberania sobre ele também.

E temos quarenta milhões de brasileiros vivendo em condições abaixo da miséria, que antes da educação precisam COMER. Criança nada aprende passando fome. Nem professores e nem médicos se auto-sustentam ganhando menos que as empregadas domésticas.

O Brasil tem o seu momento de entrar em cena como personagem principal.

Pelo exposto, é preciso dizer não a desesperança