...APENAS UMA CAMINHADA MATINAL NUM DOMINGO QUALQUER...
Eu tentei caminhar para encontrar um pouco de paz. Sobre as calçadas carros estacionados atrapalhando uma senhora idosa que se desviava com um pouco de dificuldade. Logo depois crianças saltam sobre os carros vencendo os obstáculos como se estivessem numa competição olímpica. Ao passarem ao meu lado, um deles me olhou e disse em voz alta que eram heróis e estavam indo enfrentar o perigo. Não deu tempo de saber que perigos eram esses, pois logo desapareceram correndo na esquina. Continuei meu caminho sem destino com passos não afobados. Eu não quero ter pressa para respirar o ar que está quase palpável hoje de tão poluído. Em poste pude ver uma arte onde se via um coração partido com os dizeres: Se ela não me amasse tanto nada mudaria. Não fazia muito sentido aquele quase grafite num dia tão quente. Logo um cachorro chega e faz o que quase todo cachorro faz com um poste. Algum tempo depois sento em um banco e ganho a companhia de uma mulher que depois de algum tempo começa a falar sobre a falta de gentileza tão em evidência hoje em dia. Acontece que eu estava tão disperso naquele momento que não consegui fazer nada que pudesse provar que ela estava enganada. Continuamos por ali conversando durante algum tempo, e foi estranho perceber que nas palavras dela, o medo e o desespero eram muito mais reais que o amor e a esperança. Por alguns segundos tive medo da realidade. Resolvi voltar pelo mesmo caminho, senti necessidade de encontrar os heróis que me fugiram...