Padrões de Beleza, Padrões de Tristeza
Hoje, enquanto escrevia um e-mail para uma amiga, cá fiquei eu, diante da tela do computador, pensando, mais uma vez, no famélico padrão de beleza que é empurrado a nós, mulheres, goela abaixo pela mídia.
Foi-se o tempo em que ter coxa, peito e bunda era considerado feminino. Se esses atributos fossem aliados a inteligência, então...Tinha-se uma mulher nota mil. Mas esses tempos, infelizmente, são passados...
Hoje em dia, vejo meninas de 14 ou 15 anos, sem o corpo totalmente formado, se auto-intitulando de "Free Willy" ou coisa do gênero. E vai além...Meninas ainda mais jovens, que devido a pressão social do jazz ou do ballet começam a ficar neuróticas devido a típica barriguinha infantil. Some-se a esse padrão de beleza infeliz a tendência a desvalorizarem o uso do intelecto pelas jovens e está feita a festa! Temos uma nova safra de engolidoras de anorexígenos que nunca lerão algo mais profundo que revistas de moda na maturidade!!!
A emancipação feminina, tanto do ponto de vista intelectual quanto sexual nos anos sessenta, foi um verdadeiro avanço...Mas o padrão de beleza que ganhou força no final dos anos sessenta, tendo como símbolo máximo a modelo Twiggy, foi um verdadeiro retrocesso. Simplesmente, para livrarem-se do aspecto tido como "matronal", as mulheres começaram a querer virar "varapau". Para seguir esse padrão de beleza, algumas mulheres fazem loucuras, incluindo jantares a base de anorexígeno, água e cigarros!! E onde fica a inteligência? Relegada a segundo plano, pois muitas vezes, é mais importante ficar magrinha que usar a massa cinzenta e notar que essa estética doente, esse padrão de tristeza, foi elaborado por quem queria um cabide de roupa ambulante para exibir suas criações num desfile!
"Lá vem ela falando nisso de novo"... dirão alguns, mas pouco me importa. Chega de ver amigas, conhecidas, colegas...Ou, simplesmente, outra mulher sofrer como eu sofri devido a isso. É hora de questionarmos os padrões estéticos de nossa sociedade, que esquece a individualidade e impõem que todas nós devemos ter corpinho de Gisele Bundchen (que acertou na loteria genética). Está na hora de botar a boca no mundo e nos aceitarmos como somos. Gordas, gordinhas, mais ou menos, magras, magrinhas, magérrimas... Não importa! Temos que perceber que cada uma de nós é uma obra de arte única! E por sermos únicas, somos belíssimas... E se usarmos a massa cinzenta, então, paramos o trânsito!