Gostar e não ser correspondido

Gostar e não ser correspondido

Tiago Caldeira

O jovem se arruma, posiciona-se diante do espelho imagina como será percebido e então pentear o seu cabelo. Enquanto isso, talvez, a garota estude tranqüila em seu apartamento. O rapaz vai de encontro com rapidez e ansiedade, o barulho dos seus pés na rua ecoa em direção ao almejado encontro com a moça, ele se concentra... Perder aquele instante... E perder um momento que nunca mais volta.

Foi nesse ritual que fui pela décima vez no apartamento de uma mulher independente e, aparentemente carente... A aproximação ia bem, já tinha até sonhado com ela. Uma simples conversa em volta de uma lagoa com direito ao pôr-do-sol era a minha “mola propulsora”. A sua atenção se tornou em meu sustentáculo, para acreditar em um namoro sólido e maduro.

Ela sempre me recebeu bem, conversávamos de tudo um pouco. Quando eu encontrava uma brecha fazia aquele “xaveco”, com o direito a ouvir: - “Ah! Eu não quero me envolver só quero amizade” E assim eu me despedia com as idéias meio falidas...

A coincidência de gostos, talvez, fosse alguns dos motivos dela me aceitar. Aceitar? Poderia até ser! Mas eu prefiro dizer: -“Tolerar”... Em final de conversa sempre gostei de deixar claro quando íamos nos ver...Aí eu perguntava:

- Quando nos vemos? Ela então respondia:

- Ah! Não sei agente se ver por ai...

Notei que ela queria mesmo era amizade. Amizade? Talvez, daquelas superficiais! Uma coisa assim leviana, um sentimento apenas de pegar alguns “CD’s” emprestados e algo do tipo. Uma escritora e também leitora em comentário de outro texto relacionado a este assunto, me disse: - “Você estar certo, gosta é melhor do que não gostar”. Sem dúvida é, mas, gostar sem ser correspondido não é uma boa.

Confundir amizade com envolvimento profundo pode acontecer com qualquer um. É sempre conveniente que você procure alguém que identifique com você, que faça o seu jeito. Aposte sempre em um relacionamento com bastante afinidade, arrume antes de encontrar com amada (o), faça aquele “trato” de cuidados básicos, e tente controlar a ansiedade não seja muito metódico, deixe fluir um pouco, use a criatividade na hora, pode ser que der certo em suas paqueras. Nunca deixe que alguém te trate como uma “marionete”, muito menos, seja masoquista gostando sem ser correspondido.

(Tiago Caldeira da Silva)

Caldeira Silva
Enviado por Caldeira Silva em 11/11/2008
Reeditado em 11/11/2008
Código do texto: T1278407
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