Uma vitória da democracia
Na semana passada, o mundo inteiro comemorou a vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. E a façanha do democrata não foi pouca coisa: vai ser presidente, com largo respaldo popular, da maior potência do planeta. Mais ainda, vai ser o primeiro presidente negro desse país, onde, apesar da democracia avançada, ainda persiste uma boa parcela de racismo - como, aliás, na maioria dos países do mundo, embora de forma disfarçada.
Nesta segunda-feira, ele visitou pela primeira vez a Casa Branca na condição de presidente eleito. A partir de 20 de janeiro, essa será a sua casa, sua e de sua família. Uma casa que ao ser construída, há pouco mais de 200 anos, contou com o trabalho de mão-de-obra escrava. A chegada de Obama ao poder, portanto, é ainda mais emblemática, mostrando que as últimas barreiras do preconceito estão desaparecendo entre os americanos. Como o que acontece por lá tende a ser considerado modelo para o mundo, quem sabe esse seja o início da queda mundial dos derradeiros resquícios do racismo.
Mas, é claro, não dá para esperar que a chegada de Barack Obama ao poder vá resolver da mesma forma todos os problemas atuais, a começar pela grave crise financeira que assola as economias mundiais. Ele mesmo declarou, em entrevista coletiva na última sexta-feira, que não vai ser fácil chegar a uma solução - até porque, convenhamos, se fosse fácil os outros mandatários mundiais, a começar pelo atual presidente dos EUA, George W. Bush, resolveriam a crise, ainda que fosse para ficar com o crédito.
O recém-eleito presidente americano, portanto, não é solução para todas as dores do mundo. Porém, é indiscutivelmente uma vitória da democracia.