A S BORBOLETAS AZUIS
AS BORBOLETAS AZUIS,ANOS ATRAS
Perdi alguma coisa grandiosa que não sei. Seria um estado de ser muito bom, de estar bem comigo mesma. Desprendida de tudo e todos que significavam alguma coisa importante ou não importante, ou simples coisas.
Uma serenidade. Uma alegria. Um equilíbrio. Uma sabedoria. Uma grandeza interior. Acho que, a minha essência, ou algo essencial que foi a maior e melhor consciência de mim, é o que parece que se esvaiu.
Pensei ter alcançado o ponto máximo da terapia, a alta bem próxima.
Estava desprendida de tudo, livre, bem. Sem desejos, sem querências, uma paz.
Quando a Luciana me falou que ia trazer bulbos de tulipas para mim, isso abriu uma motivação forte, de ação, de fazer, de plantar e ver o resultado. Abriu-se uma alegria e felicidade maior que a paz.
Mas alguma coisa que não sei, saiu e se perdeu de mim. Não encontro mais minha grandeza interior. Parece que a realidade destes últimos dias, em que eu estava no Rio com Gu e Gabriel, e acompanhando o Sávio doente, a Clarisse, a Lela com o Gabriel, o retorno ao Celso e Catetinho, o Carlinhos, o Adão, o mapa da partilha e suas conseqüências, a viagem, o esforço e o cansaço, enfim, eu não sei onde, o que ou quando eu perdi o bem conquistado.
Os bulbos suculentos, sadios e fortes trazidos da Alemanha, estão na geladeira acondicionados, esperando. Podem esperar três meses.
Os bulbos meus, que deixei plantados rapidamente e só metidos na terra, estão brotando e desenvolvendo. Coisa espantosa.
Os cães estão ótimos. Fidel e Che.
A Neném idem, com seus cinco gatinhos lindos.
Há muito, quando estou pra baixo e encontro uma borboleta azul voando é certeza de coisa boa, parece um sinal pra minha alma e a confiança em tudo bom se instalar.
Mas hoje me esforcei em sair da indiferença que me possuiu, e fui mexer nas plantas lá fora, e dei de cara com uma borboleta azul passando.
Enquanto ia e vinha, uns pares de borboletas azuis passaram à minha volta. Daí a pouco, de novo, não sei se o mesmo par ou outros, volteando várias vezes no local. E, mesmo este espetáculo belo da natureza não me alterou.
O azul delas não me atingiu. Ainda estou sem cor.
MLUIZA MARTINS
AS BORBOLETAS AZUIS,ANOS ATRAS
Perdi alguma coisa grandiosa que não sei. Seria um estado de ser muito bom, de estar bem comigo mesma. Desprendida de tudo e todos que significavam alguma coisa importante ou não importante, ou simples coisas.
Uma serenidade. Uma alegria. Um equilíbrio. Uma sabedoria. Uma grandeza interior. Acho que, a minha essência, ou algo essencial que foi a maior e melhor consciência de mim, é o que parece que se esvaiu.
Pensei ter alcançado o ponto máximo da terapia, a alta bem próxima.
Estava desprendida de tudo, livre, bem. Sem desejos, sem querências, uma paz.
Quando a Luciana me falou que ia trazer bulbos de tulipas para mim, isso abriu uma motivação forte, de ação, de fazer, de plantar e ver o resultado. Abriu-se uma alegria e felicidade maior que a paz.
Mas alguma coisa que não sei, saiu e se perdeu de mim. Não encontro mais minha grandeza interior. Parece que a realidade destes últimos dias, em que eu estava no Rio com Gu e Gabriel, e acompanhando o Sávio doente, a Clarisse, a Lela com o Gabriel, o retorno ao Celso e Catetinho, o Carlinhos, o Adão, o mapa da partilha e suas conseqüências, a viagem, o esforço e o cansaço, enfim, eu não sei onde, o que ou quando eu perdi o bem conquistado.
Os bulbos suculentos, sadios e fortes trazidos da Alemanha, estão na geladeira acondicionados, esperando. Podem esperar três meses.
Os bulbos meus, que deixei plantados rapidamente e só metidos na terra, estão brotando e desenvolvendo. Coisa espantosa.
Os cães estão ótimos. Fidel e Che.
A Neném idem, com seus cinco gatinhos lindos.
Há muito, quando estou pra baixo e encontro uma borboleta azul voando é certeza de coisa boa, parece um sinal pra minha alma e a confiança em tudo bom se instalar.
Mas hoje me esforcei em sair da indiferença que me possuiu, e fui mexer nas plantas lá fora, e dei de cara com uma borboleta azul passando.
Enquanto ia e vinha, uns pares de borboletas azuis passaram à minha volta. Daí a pouco, de novo, não sei se o mesmo par ou outros, volteando várias vezes no local. E, mesmo este espetáculo belo da natureza não me alterou.
O azul delas não me atingiu. Ainda estou sem cor.
MLUIZA MARTINS