Quem somos?
Já era noite, quando eu passava por uma das ruas da cidade onde moro. Frente a um semáforo de uma das principais ruas mais congestionadas da cidade, observo desatentamente um jovem menino que tentava desengonçadamente equilibrar as bolinhas que carregava consigo frente a meu carro, todas muito velhas, sujas e bastante desgastadas pela corrosão do tempo. Em meio aquele instante, logo percebo a aproximação do menino que encosta-se a porta do carro e estende sua mãozinha suja, a pedir pela então cortesia de sua humilhante apresentação.
Perto do local em um buraco embaixo do viaduto, sua mãe observa atentamente a atitude do filho com mais duas crianças ao colo. O trânsito então começa a fluir, agora meus fantasmas me fazem buscar algo dentro de mim para responder a tal atitude.Quando no conforto de meu carro recostado a um confortável banco,é muito mas fácil refletir sobre a miséria de grande parte de sociedade, do que pensar em algo para sobreviver, banido da classe social desfavorecendo o país e ajudando a degradar ainda mais a devastada economia, passeando em becos escuros, tendo como opção de conforto, a moradia em um buraco cavado embaixo de um movimentado viaduto.