Asas

“_Minhas asas? Ah, elas são frágeis e fáceis de quebrar, inúteis. Se eu dependesse delas para voar, jamais conseguiria ir mais longe que as serpentes. Ainda bem que minha alma é leve, cavalga o vento, beija a brisa, e não há limites para onde ela possa ir, ela sempre segue a felicidade. E, mesmo assim, para todo anjo caído meu amigo, restam-lhes as pernas. Os homens, os mortais, são tudo o que eles possuem, e eles desafiaram com elas, os portões da casa de Deus, marchando sob a chuva, foram mais longe que qualquer um poderia imaginar. E Ele viu que isso era bom, (no fundo, depois de algum tempo, todo deus quer se aposentar) basta que nós vejamos isso também. Nas noites, penso em você, acordado ou sonhando. E acordo com o despertador da saudade.”

José Rodolfo Klimek Depetris Machado
Enviado por José Rodolfo Klimek Depetris Machado em 09/11/2008
Código do texto: T1273548