Vez e Voz.
O senhoril anda de orelha em pé com as senhoras e senhoritas do século XXI. A modernidade avançou, contemplou o infinito feminino com as ocasiões mais fantásticas para que elas pudessem mostrar o que todos já sabiam. Ela só desejava o seu espaço, e conseguiu.
A covardia (inveja) masculina tem se tornado cada vez mais imperativa. E não digo apenas do machismo que impregna a mente de alguns seres ínfimos. Falo do medo da aproximação. Se mulher quando bonita já causa receio, sendo inteligente a coisa fica mais complicada ainda.
Ela se torna, sem ao menos sentir, cada vez mais seletiva. Investe e aposta no provável e improvável. Diga-se de passagem, o amor faz parte do “im”. E sofre mesmo, aposta, coloca as cartas na mesa e vai fundo. Aprende a ser lapidada nas relações e sabe ser mesmo atriz quando quer. Talvez, esteja ai a fragilidade que tantos gostam de escancarar que existe. Comunico que melhor seria chamá-la de sensibilidade, pois essa nós temos de sobra, porque de frágil meu bem, a mulher não tem nada.
Lapidada pela arte da canalhice que o mundo tomou dos pés à cabeça , já não cai mais em qualquer conversa, e não se preocupa mais em ter que estar acompanhada para a vida toda (amém).
Somos frutos de uma sociedade arcaica e hipócrita, disposta numa cultura que nos deixa intimados a constituir família e viver um grande amor. Família não tiro os méritos, é base quando tem amor. Mas o amor?! Amor, amor, amor, eu vou ser sarcástica, irônica em afirmar que falo dele, mas já não acredito. Apesar, dele residir em mim. Eis que soa o fraterno, amores de amor não.
Mal amada. Já ouvi inúmeras pessoas encherem a boca para dizer isso, querem alfinetar a alma dos que permitem. Porque, creia, isso não faz mal nenhum. Quem geralmente é bem amado, de nada se ama, depende do outro para mostrar essa autarquia.
Auto-suficiência flagelada, se você não se ama, nem sabe amar, como pode abrir a boca para falar dos que são mal amados?! Vale salientar, as mulheres mal amadas tem alguma coisa a mais para dar. Análise. Elas sempre tem amor de sobra, porque ganham de si. E não espera apenas que isso venha existir na terceira pessoa do singular. Dele ou dela dedica-se.
Tenho me surpreendido cada vez mais com as Maria’s, Ana´s, Joana’s, Carlota’s e Joaquina’s destes novos séculos. E tantas outras mulheres desse tempo destemido, onde, ao invés dos afazeres domésticos, da cozinha a sala de estar, elas tem tomado conta das salas de aula, do mercado de trabalho e ainda por cima, não perde o desejo de querer conquistar o que pra ela vale a pena. Porque é desta forma que somos movidas, pelo ímpeto da sensibilidade e o suor da luta.
Eu sou Maria bem amada, mal amada, tenho vez , voz e uma sensibilidade a flor da pele.